(Resenha) #24 Um gato de rua chamado Bob

Título:Um Gato de Rua Chamado Bob
Autor: James Bowen
Gênero: memórias
Desafio #24 Livro de Memórias
Esse livro estava nas minhas metas de leitura desde que li sobre ele pela primeira vez, não escondo de ninguém que sou uma gateira, perdi até as contas de quantos gatinhos já tive, e entre eles um lindo, esperto e conversador laranjinha de nome Kyo, então decidi que precisava conhecer o Bob, e o Desafio de Memórias se encaixou como uma luva.

Há uma citação famosa que li em algum lugar. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las.

A história começa com James (um homem quebrado, tentando se 'concertar' do problema com drogas, fazendo apresentações de rua para pagar suas contas e tentar se reabilitar) contando como encontrou Bob (um gato quebrado, todo machucado, tentando sobreviver às ruas frias de Londres) todo encolhido no capacho de uns dos vizinhos de apartamento, em um primeiro momento ele achou que o gato pertencia ao dono do capacho, mas dias depois o gato continua ali, então James toma a decisão de levar o bichano, e assim nasce essa bela amizade.

É assim que começa essa linda saga, descobrimos passagens muito tocantes da vida de James, ficamos sabendo de como ele como ele foi parar naquela situação, e por mais que ele corresse o risco de cair no melodramático, ele conseguiu colocar de uma forma que não ficássemos com aquela impressão de que o mundo conspirou contra o pobre James, muito pelo contrário, ele teve seus péssimos momentos aos quais ele julga serem motivos para o momento difícil que passa no momento, mas também admite que fez merda.

Mas o grosso de livro, James conta como Bob transformou sua vida para melhor, como ele voltou a ser um Alguém, uma Pessoa, por causa do gato, passou a ser enxergado, todos querem fazer um afago no gato, também tem aqui algumas passagens que reforçam algumas pesquisas que dizem que os animais de estimação ajudam no tratamento de depressão, especialmente aqueles autodestrutivos, quando uma pessoa sente que seus atos podem prejudicar fortemente uma criatura que depende dele, elas passam a agir com mais responsabilidade, lógico não funciona com todo mundo, você sempre tem que querer, isso com qualquer tratamento, mas funciona maravilhosamente com James.

Não sei por que, mas a responsabilidade de cuidar dele blindou-me um pouco. Senti como se tivesse um propósito extra em minha vida, algo de positivo a fazer por alguém - ou por um animal - além de mim mesmo. 

Mesmo não tendo passado por nada que James passou, eu acabei me identificando com várias coisa narradas por ele, já sofri tanto com um gato fugido, parece que ele nunca mais vai voltar, nossa não gosto nem de lembrar, ficava o tempo todo lembrando de um gato ou de outro. Tem uma passagem onde ele explica porque deu o nome de Bob ao gato, foi por causa de um personagem de uma série que James gosta muito Twim Peeks, um personagem meio o Médico e o Monstro, uma hora tranquilo, depois, do nada, o gato fica doido. Quando eu, Dani, resgatei meu Dexter, era fã da série Dexter, e meu gato, não sei o que aconteceu com ele antes, mas ele era muito antissocial, na verdade ele continua assim, só se relaciona com meu marido e eu, aiai. Já meu laranjinha Kyo, pulava no colo de quem quer que entrasse em casa XD

- Você ouviu isso, Bob - disse ele - Parece que somo, oficialmente, uma família.
Tenho certeza de que atraímos mais olhares do que o habitual enquanto andávamos por Islington depois disso. Devia estar com um sorriso tão largo quanto o Tâmisa.

Um Gato chamado Bob, é um livro incrível, a história é escrita de forma simples, que poderia facilmente pender para a autocomiseração, mas o autor, o próprio dono do Bob, decidiu mostrar a esperança, é um livro que aquece o coração, nos mostra que os pequenos momentos podem ser maravilhosos, basta você olhar com mais carinho, os momentos de perdão, também tem um pouco do 'ver o lado bom' de acontecimentos ruins.

Eu estava abobalhado. Tais atos espontâneos de generosidade não haviam exatamente feito parte da minha vida nos últimos anos. Atos aleatórios de violência, sim; de bondade não. Foi uma das maiores mudanças que Bob trouxe consigo. Havia começado a depositar minha confiança - e minha fé - nas pessoas novamente.

É claro que vou indicar esse livro para todo mundo, de vez em quando é bom largar aqueles livro cheios de romances complicados, crimes complicados, entre outras coisas complicadas e ler um livro cheio de amor e esperançada de um mundo melhor.

E para finalizar não posso deixar de falar que vem um filme por aí, e gente, sou dura lendo um livro, mas prevejo que vou chorar horrores com o filme XD