(#12mesesdePoe) Novembro - Ligéia

Já estamos em novembro, e como não pode deixar de ser, mais um conto de Edgar Allan Poe para nos deleitarmos, e o conto desse mês é muito especial para a Dani, lá nas opiniões ela conta o porquê, vamos ao conto?

Ligéia:
O conto já começa com a mais completa exaltação do narrador a figura de sua já falecida esposa, ele já não se lembra muito de algumas coisas, mas a beleza exótica de Ligéia ainda é vivida em sua memória. Nosso narrador amava ardentemente sua esposa, venerava-a como uma divindade de beleza e inteligencia, e qual não foi sua angustia quando Ligéia adoeceu, sua luta foi terrível, e ela não sobreviveu.

"- Ó, Deus! - quase gritou Ligéia, erguendo-se sobre os pés e estendendo os braços para a
frente num movimento espasmódico, quando terminei aqueles versos. - Ó, Deus! Ó, Pai Divino! Deverão ser essas coisas inflexivelmente assim? Não será uma só vez vencido esse vencedor? Não somos uma parte, uma parcela de Ti? .... quem conhece os mistérios da vontade, bem como seu vigor? O homem não se submete aos anjos, nem se rende inteiramente a morte, a não ser pela fraqueza de sua débil vontade."

A vontade de viver de Ligéia era muito grande, mas mesmo assim sucumbiu a doença, o narrador fica arrasado, não consegue mais viver na casa onde viveu com sua esposa e parte para o mundo, depois de alguns meses vagando sem rumo, ele compra e passa a residir em um antiga e selvagem abadia na Inglaterra, que ele decorou como um louco pela dor da perda. E foi para esse local isolado que o narrador levou sua mais nova esposa, Lady Rowena.

"(...) Graças a um processo hoje comum, e na verdade rastreável até a mais remota antiguidade, eram feitos de modo a mudar de aspecto. Para quem entrasse no quarto, tinham a aparência de simples monstruosidades, mas à medida que se avançava desaparecia gradualmente esse aspecto e passo a passo, à proporção que o visitante mudasse de posição no quarto, via-se cercado por uma infindável sucessão das formas espectrais pertencentes às superstições dos normandos ou que surgem nos sonhos pecaminosos dos monges. O efeito fantasmagórico era vastamente realçado pela introdução artificial duma forte corrente contínua de vento por trás das cortinas, dando horrenda e inquietante animação ao todo."

O que será da pobre Lady Rowena, que foi casada pela fortuna do marido, um homem louco e atormentado? Agora presa em uma casa sombria e isolada de tudo. E Ligéia, será que uma pessoa com tanta vontade de viver, realmente morre?

Dani: Ano passado eu havia dito que esse era meu conto preferido de Poe, eu havia lido ele pela primeira vez quando estava na oitava série, e nunca uma história havia mexido tanto comigo, as palavras, o ambiente descrito, as personagens, tudo me parecia maravilhoso, e, de certa forma, era o que eu estava sentindo, tudo parecia frio e distante na minha vida.

Eu estudei meio ano na escola em que peguei a coletânea onde estava o conto, e peguei o livro duas vezes, acho que foi a primeira vez que reli um livro, e acabei copiando a mão mesmo o conto, depois reli tantas vezes que as folhas quase se desmancharam, huahua.

Acho que amo tanto esse conto por que eu consigo me conectar com o narrador, sempre fui isolada, sempre gostei dessas coisas mais sombrias, e sempre achei que quando amasse, acabaria amando demais, não sei se isso acabou se tornando realidade, já que estou bem acomodada ao lado do meu amor, mas morro de medo de perder, perder minha família por exemplo, e ainda não sei se minha personalidade depressiva vai lidar com isso, e quer saber não estou a fim de pensar nisso.

Ligéia continua sendo meu conto preferido do Mestre Poe.

Carol: Mais um conto onde Poe evoca toda a beleza de uma mulher forte mas que adoece e morre,  mas Ligéia é diferente, ela quer viver, e seu marido ainda a ama muito também não consegue esquece-la. O conto é realmente muito bonito, mas um pouco difícil já que Poe descreve bastante, mas sem isso não daria pra entender a beleza do amor entre os dois.


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