(Resenha) #29 Mil dias na Toscana

Título: Mil dias na Toscana
Autor: Marlena de Biasi
Gênero: romance, autobiografia romanceada
Desafio #29 Livro que se passa em um lugar que quer conhecer

Olá galera, nosso desafio nos pediu para ler um livro que se passa em um lugar que queremos conhecer, e eu quero loucamente conhecer a zona rural da Itália, então escolhi um livro que se passa na encantadora Toscana.

"(...) Este lugar com 200 almas é uma bom ponto para recomeçar. O Lugar, as almas e agora nós perdidos no tempo. O lugar, as almas e agora nós agarrados a um antigo pedaço de terra no qual a Toscana, a Úmbria e o Lácio se encontram. Ouço Fernando se remexer nas coisas, tropeçar nos caixotes restantes. Ele está cantando e os sons que produz são muito doces."

San Casciano dei Bagni

O primeiro livro, Mil Dias em Veneza, acaba com Marlena e Fernando indo para a Toscana, e esse livro começa com eles indo para a Toscana, mas Marlena não está muito feliz, os três anos que ela passou em Veneza fez ela aprender a amar a Perola do Adriático, e logo na mudança o casal passaram por um perrengue, as pessoas que estão fazendo sua mudanças são imigrantes ilegais, e a polícia os para, mas os policiais concordam em deixar a mudança terminar escoltando-os até sua nova casa.

Chegando lá, enquanto eles levam a mudança para dentro da casa, uma pessoa da Vila resolve ajuda-los, então apareceu mais outro, e mais outro, e uma grande festa começou, onde Marlena irá conhecer pessoas muito importantes em sua vida. Gente, com uma recepção dessa como não se apaixonar pela Toscana.

"A conta dos aperitivi, bruschette, pelo menos 150 flores fritas, salame, prosciutto, no mínimo dois quilos de pici e um rio de vinho tinto é mais barata que um almoço rápido para duas pessoas no Harry's Bar. Há uma enorme diferença de custo de vida entre o campo e a cidade. Fernando e eu tentamos tranquilizar Vera quando Barlozzo entra."

Banhos Romanos perto do vilarejo de San Casciano

Eita livro que dá fome, Marlena, antes de começar a escrever romances, era chef (acho que na verdade ela continua sendo) e crítica de restaurante, então o que você pensar sobre comida, vai ter por aqui, incluindo receitas no fim de alguns capítulos. Temos várias aventuras gastronômicas pelo livro, como a colheita de uvas que o casal participa, a colheita de castanhas, azeitonas, e é dessa forma que vamos conhecendo vários locais lindos, e o povo sofrido, mas alegre do lugar.

Mas o livro não é só isso, através de Barlozzo, conhecemos um pouco da história do lugar, (e talvez de toda a região rural da Itália) pessoas pobres, camponeses explorados pelos nobres, que não tinham nada, se vê a caminho da Guerra e ao voltar, se encontram talvez até mais miseráveis do que quando estavam no front, e como esse sentimento moldaram grande parte das pessoas dos vilarejos, que prontamente abandonavam suas casinhas onde se amontoavam com a família, para se amontoarem em prédios padronizados.

Um dos locais que Marlena e Fenando conheceram o Monte Amiata

"- Portanto, a vida, por definição, é efêmera - continua o duque. - Toda energia que gastamos tentando concertá-la, torná-la segura, salvá-la e protegê-la nos deixa muito pouco tempo para viver. A dor, a morte ou qualquer outra praga não nos poupa porque somos cuidadosos,porque temos seguro ou, Deus nos livre, poque temos dinheiro o suficiente. Muito bem. Então, como entendemos exatamente como queremos viver, como queremos gastar nosso tempo"

Além da história de Marlena  e Fernando continuar daquela forma que já vimos no livro anterior, com Fernando tendo suas crises de humor (vou chamar de fernandices, porque o meu é do mesmo jeito) Marlena deu um basta, quer ficar emburrado, tá? Só não me enche o @#$%. Mas a parte mais bonita do livro é a história paralela entre Barlozzo e Floriana, gente que história mais sofrida, digna dos romances dramáticos.

"- Que a vida é um mistério maravilhoso e aterrorizante."

Indico para todos que gostam de uma boa história de dia a dia, com muita informação sobre um lugar lindo, com muita comida e com um romance triste de fundo.