(Série de Séries) Samurai Gourmet

Olá meus amores.

A dica de hoje no nosso Série de Séries é uma das coisas mais amorzinho que vi nos últimos tempos, Samurai Gourmet (Nobushi no Gourmet), uma série japonesa feita em parceria com o Netflix, querem saber o que essa série tem que fez a justo a Dani, esse ser que tem gostos tão peculiares, gostar tanto dessa série?  Vem comigo descobrir a série mais “oishii” (“deliciosa”) do Netiflix.


Após uma vida dedicada ao trabalho Takeshi Kasumi (Naoto Takenaka) se vê aposentado e perdido com sua nova vida, mas logo após uma caminhada ele resolve entrar eu um pequeno estabelecimento e em meio ao um grande dilema, beber ou não uma cerveja durante o dia, ele tem uma visão: Um homem vestido com um Samurais maltrapilho entra no estabelecimento, Takeshi olha ao redor e tudo parece ter voltado no tempo, para a época dos samurais, o samurai errante senta em uma das mesas, pede sua bebida e se serve sem nenhuma cerimônia, isso enche nosso vovô Takeshi de confiança que resolve tomar sua cervejinha. Chegando em casa Takeshi encontra sua esposa toda animadinha, perguntando para ela o que aconteceu ela revela que tomou mais vinho que o normal no almoço com as amigas.

Depois desse episódio acompanhamos Takeshi e seu samurai interior por diversas e singelas aventuras gastronômicas pela comida 'de rua' japonesa.

Agora vocês me perguntam, o que tem demais nisso?

Então senta que lá vem história, o Japão é bem diferente de nós, ele tem muitas tradições, regras de conduta que para nós podem ser bem estranho, a série se esmera ao mostrar diversos exemplos desta parte cultural, mas uma coisa muito importante para entender a série é ter em mente que o japonês é muito reservado, seus círculos sociais costuma ser 'o pessoal da escola' no tempo da escola, 'o pessoal do trabalho' no tempo do trabalho, e quando o japonês se vê aposentado, ele se vê só (aliás teve um tempo em que o governo japonês se preocupou com o alto índice de suicídio entre os idosos).

O que eu achei mais bonito nesse seriado é ver Takeshi se livrar de todas aquelas regrinhas que regem o "Homem Corporativo" agora ele pode tomar sua cervejinha, reclamar quando algo não o agrada, como uma comida ruim, clientes chatos que reclamam demais, e até rever seus próprios conceitos experimentando algo diferente, apenas deixando seu Samurai interior livre, assim ele cresce e cada local que visita o ensina a saborear a vida com nunca antes tinha feito.

A série é bem focada no Takeshi e suas aventuras, fora ele apenas o Samurai e a esposa dele aparecem de forma recorrente, em cada episódio nós temos um elenco contando uma pequena história, assim conhecemos um pouco da vida de Takeshi, como ele era na época do trabalho, mas as vezes temos outros dramas como o do homem que já aos 40 anos ainda sonhava em se tornar um ator, mesmos só recebendo papéis como figurante, e no final sempre temos uma mensagem de motivação, encorajamento e esperança, mas a cima de tudo a série ensina o prazer nos pequenos momentos, nas coisas simples da vida.

É uma delícia acompanhar Takeshi por suas visitas aos becos japoneses onde você pode encontrar a legitima comida japonesa, depois de assistir essa série passei a achar um sacrilégio esses 'restaurantes japoneses' que temos pelo Brasil que deveriam se chamar Sushi bar, gente é tanta coisa diferente, os Soba, espetinhos, nunca vi nada disso aqui na minha cidade, talvez isso só exista lá na Liberdade. O Takeshi também enriquece a experiência com suas expressões de mais puro e sublime contentamento cada vez que prova algo que gosta, cheguei a brincar com o marido falando que o personagem redefiniu todos os conceitos do significado da expressão "Prazer em Comer".

A parte visual é muito bonita e coerente, na parte Takeshi, por assim dizer, vemos o Japão das 'periferias' com aqueles pequenos restaurantes escondidos nos becos, restaurantes tradicionais, as vezes ele entra em um restaurante ocidental, mas todos parecem te sempre um jeitinho aconchegante e acolhedor, tudo também é bem claro representando o estado de espirito de Takeshi, que aceita as coisas e tem medo do que os outros vão dizer. Mas tudo muda quando o Samurai aparece, nessas partes as coisas são rudes, escuras até meio sujas, reflexo de uma era de instabilidades e guerra, onde as pessoas precisavam se impor para conseguir as coisas. Os episódios costuma se resolvendo no meio termo, a famosa Harmonia que os orientais tanto presa.

A série é inspirada em um mangá dos Masayuki Kusumi e Shigeru Tsuchiyama, ele é focada ao público jovem adulto, e adulto masculino, (no Japão os quadrinhos é bem segmentado, catalogado, indexado, só falta ordenar por ordem alfabética, tamanho e cores XD) e pelo que andei lendo existe um subgênero chamado Gurume Mangá que já existe desde a década de 70, e explodiu em 1983. Para quem tem interesse de saber mais sobre esse mercado leiam esse artigo que é bem interessante. Não sei muito do que se trata pois é algo muito diferente para o gosto viciado do brasileiro, e o traço também é bem diferente do que costuma vir para cá, mas acho interessante colocar ela por aqui para mostrar no Japão o mercado de quadrinho é muito vasto, é como o mercado de livros ou filmes, tudo pode virar uma história e dependendo do público que você quer atingir ela é contada de uma forma específica.  

A série possui 12 episódios de no máximo 20 minutos, bem curtinhos mas mais que o suficiente para passar sua mensagem. E eu recomendo para todos, principalmente se você gosta de ver gente fazendo e comendo muita comida, conhecer novas culturas, gosta de uma história simples, gostosa (literalmente XD), divertida, singela, perfeita para relaxar quando sobra um tempinho na nossa vida corrida, quem sabe quando estiver na idade do Takeshi não possa me aventurar como ele.