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segunda-feira, janeiro 15

(Resenha) #45 - O Psicopata Americano

Título: O Psicopata Americano
Autor: Bret Easton Ellis
Gênero: Drama
Desafio #45 Um livro banido 

Sempre tive uma curiosidade tanto com o livro quanto com o filme, mas sabe quando a gente acaba sempre passando outra coisa para frente, é o que acontece comigo com esse livro, então esse desafio veio a calhar e desencalhar o coitado.
J&B. Fico pensando. Copo de J&B em minha mão direita, fico pensando. Mão, fico pensando. Charivari. Camisa da Charivari. Fusilli, fico pensando. Jami Gertz fico pensando. Gostaria de foder com a Jami Gertz, fico pensando. Porsche 911. Um sharpei, fico pensando. Gostaria de ter um sharpei. Tenho vinte e seis anos de idade, fico pensando. Terei vinte e sete ano que vem. Um Valium. Queria um VaIium. Não, dois Valium, fico pensando. Fone celular, fico pensando.
No livro vamos conhecer Patrick Batemann, um cara bonito, rico, bem educado, a imagem do sucesso. Batemann é um Yuppie, no inicio da história vamos conhecendo com é a vida aparente de Patrick, suas roupas, os lugares que frequenta, seus amigos, e até mesmo seu ritual matinal de beleza, afinal uma bela cútis conta muitos pontos 😀. E com o decorrer do livro vamos conhecendo o verdadeiro Beatemann, um homem frio, invejoso, fútil, e completamente desequilibrado, capaz das maiores atrocidades e depravação.
(...) Tudo se resume nisto: estou uma bosta, mas pareço ótimo.
Gente não vou mentir para vocês, esse livro é um livro muito difícil, o inicio contém um excesso descritivo muito grande, são páginas e páginas de descrição, e cada vez que alguém entra no recinto onde Beatemann está, lá vai ele avaliar se o Terno Armani combina com a gravata Versace, é bem cansativo, mas serve para mostrar o mundo onde nosso protagonista, e narrador, está inserido, e em meio a este cenário fútil, entre conversas politicamente Corretas, Beatemann começa a soltar pequenas observações perturbadoras que ninguém parece perceber.

Se a primeira parte pode ser considerada chata a segunda é alucinante, os surtos de Beatemann são uma doideira só, minhas partes preferidas, e as partes onde nosso protagonista põe em prática aquelas observações perturbadoras que ele faz à mesa com os amigos são realmente revoltantes, e olha que meu estomago é forte para isso.

Uma coisa que achei bem interessante no livro é ver como as pessoas estão ali sem estarem, Beatemann dá todos os sinais que existe algo muito errado com ele, mas as pessoas parecem estar muito ocupadas com elas mesmas para perceber, isso quando não leva na brincadeira como se todo mundo achasse normal depois de falar do menu do restaurante soltar isso: "E a propósito, alguém já lhe contou que você é igualzinha ao gato Garfield, só que depois de atropelado e descascado, aí alguém jogou um suéter Ferragamo feioso por cima, antes de despachar você com urgência para o veterinário? Fusilli? Azeite de oliva no Brie?" Me lembrou um pouco a série de tv Lúcifer, onde Luci não esconde de ninguém quem é, mas quem liga no minimo ele tem algum problema psicológico, né? É a banalização do mal, não que o Lucifer da série seja mal, mas hoje em dia temos essa coisa de considerar tudo brincadeira, inclusive o que não é.

Teve um certo momento que fiquei meio indecisa se tudo aquilo que estava acontecendo era real, ou só uma forma do autor externar aquele sentimento que quase todo mundo tem de estrangular aquele politico corrupto, mas que está só na mente dele e não na vida real, isso porque o protagonista não é discreto, alguém aí que leu, o que acham?
— Oh, e muita trufa de chocolate. Godiva. E ostras. Os trás na meia concha. Marzipã. Tendas cor-de-rosa. Centenas, milhares de rosas. Fotógrafos. Annie Leibovitz. Conseguiremos a Annie Leibovitz — diz em tom excitado. — E contra taremos alguém para filmar tudo em vídeol — Ou um AR-15. Você ia gostar desse, Evelyn: é a mais cara das armas, mas vale cada centavo. — Dou uma pisca dela para ela. Mas continua falando; não ouve uma palavra; não registra nada. Não capta direito nem uma palavra do que digo. Minha essência escapa a ela. Pára com essa furiosa investida, toma fôlego e me olha de um jeito que só posso descrever como um olhar cintilante. Tocando-me a mão, o Rolex, toma fôlego uma vez mais, desta vez esperançosamente, diz:
— A gente devia fazer isso.
Após ler o livro eu entendo o porque dele ter sido banido ou censurado em muitos lugares, a violência é muito gráfica e muito perturbadora, isso dá um desculpa bem justificada ao censor, mas na verdade o que deveria chocar mesmo é crítica ao Estilo de Vida Americano, o tal American Way of Life, sabe aquele pessoal que nasse rico e fica ainda mais rico ao longo da vida, que passa por cima de tudo e de todos, que vive de ostentar, que vence o tédio maltratando os outros, um mundo em que usar a jóia mais cara é motivo de orgulho, sabe esse mundinho de socialites que se divertem cuspindo da janela de seus apartamentos chiquérrimos nos pedestres (isso aconteceu aqui no nosso Brasil não muito tempo atrás). E sabe como é, quando se meche com high socite, mexeu com gente poderosa e seu estilo de vida psicopata então a gente acaba com seu livro.

Bom gente vou indicar o livro para pessoas mais maduras, por ser um livro muito difícil a pessoa precisa ler com a cabeça aberta e principalmente ter estômago forte, mas mesmo assim acho que é um livro para ser lido em algum momento da vida especialmente pela crítica ao estilo de vida fútil.

Agora me de licença que preciso devolver ma fita (quem leu o livro vai entender a referência ;P )

9 comentários:

  1. Uauuuu, que livro!! Forte, intenso sem vírgulas!
    Interessante saber que foi banido.
    Sua resenha ficou muito boa... Até me interessei. rs

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  2. Logo que comecei a ler a resenha lembrei o seriado Lucifer, realmente é bem parecido esse estilo de verdade ser levado na brincadeira. A resenha ficou bem feita, e o livro me chamou a atenção.. Não sei se leria pelo fato do detalhamento cansativo haha por que não tenho paciência mas o enredo parece ser bem interessante!

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  3. Nossa que livro forte e super interessante . Adorei hein ❤️👍 parabéns pela resenha

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  4. Olá!
    Realmente pela sua resenha é um livro muito denso e forte.Não é qualquer pessoa que irá gostar e entender a história.
    Eu creio que não aguentaria ler cenas fortes,não no momento.
    é engraçado como as pessoas não percebem que as atitudes e falar dele não é normal,é fora do lógico,mas as pessoas só vem o que agrada a ela.
    Vou passar esse livro no momento,mas espero poder um dia.
    Beijos

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  5. Olá, td bom?
    Sempre quis assistir o filme, mas me disseram q é pesado, dai nunca nem pesquisei. Descobri agora q tem um livro, achei interessante. E se vc diz q o livro é pesado assim, imagine o filme '-'

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  6. Oi Dani, tudo bem?

    Não conhecia esse livro, mas o que posso dizer é que o mesmo me deixou muito curiosa. Gosto de ler livros que retratem a cabeça humana e suas pertubações, então esse livro parece ser do tipo que gosto. O fato da primeira parte ser chata e lenta, é um problema, pois isso cansa demais. No entanto, gostei bastante da sua resenha e fiquei curiosa!

    Beijos!

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  7. Não conhecia o livro e não costumo ler esse tipo de gênero, mas sua resenha foi instigante e me deixou curiosa, pois parece ser uma ótima história!

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  8. É um livro bem intenso, de uma leitura que como vc mesmo disse, precisa estar com a cabeça aberta mesmo! Gostei da indicação!

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  9. Oi, tudo bem? A sensação que eu fiquei ao ler a sua resenha é que o fato da escrita, e provavelmente até o enredo, serem tão densos, pode vir a se tornar uma leitura cansativa né? Mas, mesmo assim a estória me chamou atenção, pois gosto de me envolver com esse tipo de obra que retrata as pertubações do ser humano. Gostei da dica!

    Beijos,
    Blog Luna Literária

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