(HQ) Pequeno Assassinato

Título: Um Pequeno Assassinato.

Autores: Alan Moore e Oscar Zárate. 

Gênero: Drama

Sinopse: Timothy Hole, um publicitário bem-sucedido que acaba de aceitar o trabalho de sua vida. Contudo, as coisas começam a sair dos trilhos quando ele passa a ser perseguido por uma estranha criança, o que o faz se questionar quem realmente é e principalmente, como afeta as pessoas ao seu redor. Uma historia sobre os pequenos homicídios que todos têm de cometer para seguir em frente. Um rastro de mortes de coisas aparentemente insignificantes. Quanto dano pode causar um pequeno assassinato?

Olá, aqui quem vos fala é o Andrei Sorren. Ao comprar essa HQ estava disposta a fazer uma resenha/critica, mas tive uma grata surpresa ela falou de tal maneira comigo que primeiramente prefiro falar de como me senti.



Encontro-me em um momento da vida onde me pergunto onde errei? E inicio uma jornada de volta ao passado procurando respostas. Vejo pecados, vejo crimes e tento ignorar eles como se eles fossem desaparecer ou apenas os esconder, até se perderem dentro da minha cabeça e achar que tais crimes nunca foram cometidos. Volto a um estágio infantil de inocência pura e onde surgiu o primeiro pensamento de fazer o mal... Ali, onde o pensamento surgiu, no o ato de provar do fruto proibido, e depois fingir que não ouve mal em meus atos, foi o que me expulsou do paraíso e me tornou humano.

“A primeira maldade que fiz de propósito. A primeira. É assim que mudamos. Primeiro somos Lolita, depois com risos e remorso, nos tornamos Humbert”.

Foi assim que me senti ao ler essa obra, enfrentando meus demônios.

O texto do Moore faz uma união perfeita com a arte do Zárate. Se fosse desenhista sem empatia, um alguém comum à obra como um todo não teria tal impacto, amo quando isso acontece.

Algo importante é que ela é divida por épocas da vida do personagem na época atual e vai voltando retroativamente na mente do personagem até o ponto crucial de sua infância. E sempre com o contexto social e político de sua época tornando a trama bem mais crível.

Falando um pouco sobre a edição. Esse era um dos poucos trabalhos do Moore que não tinha sido publicado no Brasil. O que é incrível já que foi a primeira coisa que ele fez após escrever sua bíblia sobre a desconstrução dos super-heróis Watchmen. A edição nacional que chega pela editora Pipoca e Nanquim é bela, desde a capa a sua encadernação e impressão. Não sou de citar editoras, mas nesse caso é algo a parte, visto que eles possuem um canal no youtube e mostram todo o processo sobre conseguir cada edição, das batalhas de licenciamento à publicação e da pra ver que tudo é feito com amor, eles apenas querem nos vender aquilo que eles amariam consumir. E espero que isso crie além de sucesso na empreitada uma corrente do bem que chegue até outras editoras que possam fazer
produtos de qualidade sempre pensando nos leitores.

Pra mim o mais interessante em uma obra é o quanto ela vai falar com o leitor a ponto de nos tornarmos participantes dela. E ao acabar de ler fica a sensação de aprendizado e um ciclo de sua vida que se fecha para que um novo se abra.

Fica a indicação dessa obra.

Diga nos comentários o que acham dessa e de outras obras do Alan Moore.