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segunda-feira, dezembro 11

(Resenha) #44 O Grande Deus Pan

Título: O Grande Deus Pan
Autor: Arthur Machen
Gênero: Terror, fantasia
Desafio #44 Autor de um livro com a mesma inicial do seu nome
Oi pessoal!

Nosso desafio era ler um livro de um autor com sua mesma inicial do nosso nome, mas como assim Dani não começa com A, é gente tenho um nome secreto XD. Todos os irmãos lá em casa possui dois nomes e o meu é uma homenagem a minha avó, só que é nome de Vó mesmo, apesar de ser um nome bem mais novo que Daniel..., já que a primeira pessoa com esse nome não vai ter mais de 300 anos enquanto Daniel deve ter alguns milhares. Enfim.

Escolhi esse livro por indicação de H.P. Lovecraft, um autor que amo, e como tenho o intento de conhecer pelo menos uma obra de cada autor do Mythos de Cthulhu, aproveitei o desafio para conhecer o Arthur Machen.
Você me vê aqui ao seu lado, e ouve a minha voz; mas eu te digo que tudo isso - sim daquela estrela que acaba de se acender no céu até o chão sólido sob nossos pés - eu digo que todas essas coisas são apenas sonhos e sombras; as sombras que escondem o mundo verdadeiro de nosso olhos. Há um mundo real, mas além desse glamour e dessa visão, dessas 'caçadas em Arras, sonhos em uma carreira,' além de todos eles como atrás de um véu; mas eu sei Clarke, que você e eu veremos esse véu ser erguido esta noite diante de nossos olhos. Você pode pensar que tudo isso é estranho; pode ser estranho, mas é verdade e os antigos sabiam o que levantar o véu significa. Eles chamavam isso de ver o Deus Pã.
O livro começa com Clarke acompanhando uma experiência realizada pelo Dr. Raymond, que faz uma espécie de lobotomia em uma moça, o doutor chama o procedimento de Ver o Deus Pã, Clarke acaba passando por uma espécie de delírio e quando ele volta a mocinha está com a mente terrivelmente comprometida.

Após esses acontecimentos, anos de passam, e passamos a acompanhar Hebert, que encontra um antigo amigo em estado da mais pura miséria, a partir deste fato Hebert toma conhecimento de uma série de mortes bizarras, dadas como suicído, mas os mortos estão com uma expressão de pavor em seus rostos, Hebert também descobre que a mulher de seu amigo, uma mulher de uma beleza sobrenatural parece estar envolvida no mistério.

Em certo momento as histórias de Clarke e Hebert se interligam para resolver o mistério.
Eu vi o incrível, tais horrores que até mesmo eu paro no meio a me perguntar se é possível que um homem contempletais coisas e viva. Em um ano, Villiers, me tornei um homem arruinado, de corpo e alma - de corpo e alma.
É um pouco difícil falar do livro, a princípio fiquei um pouco confusa até perceber que o livro é, na verdade, um conjunto de pequenas histórias que se interligam, então comecei o livro de novo, mais devagar, e gente, é um livro muito interessante, o mistério, por sua estranheza, nos prende até o fim, nem que seja para entender o que tudo aquilo tem a ver o experimento do início do livro.

A escrita de Arthur é bem poética, enche os olhos, mas como ele era um autor de contos em capítulos para revistas,  seu trabalho, quando era compilado, muitas vezes a obra podia ser mutilada, isso se torna ainda mais complicado quando o autor usa o estilo narrativo conhecido com Fluxo de Consciência (uma técnica literária, usada primeiramente por Édouard Dujardin em 1888, em que se procura transcrever o complexo processo de pensamento de um personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de ideias) que por si só é meio confuso, tudo isso pode desagradar a maioria das pessoas que não conhecem o autor.
"E, naquele momento, o sacramento do corpo e alma foi dissolvido, e uma voz, pareceu bradar "Vamo-nos daqui", e surgiu a escuridão da escuridão além das estrelas, a escuridão da eternidade."
Então ler com a devida atenção é essencial, quando comecei a achei que ia terminar em um dia (o livro é bem pequeno) e acabei perdida, me senti em um labirinto, lindo de ver (descrições maravilhosas), mas me perdi completamente (não fazia ideia do que estava acontecendo). A melhor coisa a fazer foi começar tudo de novo, com bastante atenção, e gente é um livro maravilhoso, mas que não dá para falar muito porque é muito pequeno e posso soltar spoilers.

Antes de acabar a resenha (horrorosa por sinal XD) vou trazer duas curiosidades:
1- Arthur é um autor muito pouco conhecido, ele escreveu durante uma época complexa e sua obra acabou meio que estigmatizada, hoje em dia ele é muito querido entre outros autores com Stephen King, Clive Barker, HP Lovecraft e Oscar Wilde.
2 - O Deus Pã é um deus que representa os bosques, os pastos e pastores, mas ao mesmo tempo ele trás a loucura em especial a aqueles que precisam atravessar as floresta dando assim origem a palavra Pânico. Pã também é o representante mor dos Sátiros, seres extremamente sexuais, membros do secto de Dionísio (Baco) junto com as Meneades (Bacantes), mulheres que se entregam a loucura durante certas épocas da lua.
Havia horror no ar, e os homens olhavam uns para os rostos dos outros quando se encontravam, cada um se perguntando se o outro seria a vítima da quinta tragédia indomável.
Indico para leitores mais maduros, que queiram ter uma experiência diferente do normal, quem gosta de livros de mistério com forte cargas místicas e sobrenaturais, e para quem como eu quer conhecer os autores do Mythus de Cthulhu, (livros que de uma forma ou outra se inserem na obra do autor H.P. Lovecrat).


3 comentários:

  1. Não é o tipo de livro que costumo ler, mas parece interessante.

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  2. Olá!
    Muito interessante, e legal você relatar como o livro "enganou" você, pois seu tamanho levou você a pensar que seria uma leitura tranquila hehehe
    eu nunca li nada nessa temática, mas fiquei interessado por essa obra :)

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  3. Não é o tipo de temática que costumo ler mais achei super interessante. Vou procurar pra saber mais sobre ele. Bjos

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