sexta-feira, outubro 28

(Maravilhosos mundo Stephen King) Dança Macabra

Dança Macabra
Stephen King
Não-ficção
Suma das Letras

Sinopse:
Prepare-se... o mestre do horror irá guiá-lo por uma jornada pelas mais variadas formas do medo. Em Dança macabra, obra de referência sobre o gênero que o consagrou mundialmente, Stephen King irá revelar o fascínio causado pelo terror no cinema e na literatura, sem deixar de fora os quadrinhos, a televisão e o rádio. Qual foi o primeiro filme de terror a que você assistiu? Você se lembra daquele filme que o deixou com os olhos arregalados, no escuro do seu quarto, sem conseguir dormir? Que livros fizeram você sentir um frio na espinha e pular de susto ao menor ruído? Em Dança macabra, Stephen King revela como o fenômeno do horror foi explorado pelo cinema, pela literatura, pela tevê e pelas demais mídias ao longo de diferentes épocas. Da literatura gótica de Mary Shelley até o horror explícito de H. P. Lovecraft. Do terror psicológico de O bebê de Rosemary até o banho de sangue de O massacre da serra elétrica. Mas este livro vai além. Também é um emocionado tributo a todos aqueles que um dia se dedicaram à arte de apavorar plateias e leitores. Um presente aos fãs desta que é uma das mais malditas formas de entretenimento. Seja especulando sobre as origens dos medos de infância, racionalizando a sedução do grotesco ou refletindo sobre as adaptações de suas próprias obras para o cinema, esta é a última palavra em horror do autor que reinventou o gênero.

Gente! Pensa em um livro difícil de Resenhar? É, para mim esse foi um deles, é tanta informação interessante que foi muito difícil escolher o que falar para vocês, e fiquei com a cabeça tão cheia que quase tive uma ressaca, e quando precisei pegar para resenhar parece que a bomba voltou, mas antes de começar a resenha deixo para vocês A Dança Macabra de Camille Saint-Saëns.



Nesse livro King nos convida a dançar, nos pega pela mão e nos rodopios da dança nos conta sobre a produção de Horror dos anos 1950 a 1980.
Todas as histórias de terror podem ser divididas em dois grupos: aquelas em que o terror resulta de um ato de vontade própria e consciente — uma decisão consciente de fazer o mal — e aquelas nas quais o terror é predestinado, vindo de fora, como o estrondo de um trovão. A história de terror mais clássica dentro desse último estilo é a história de Jó, do Antigo Testamento, que se torna um árbitro humano numa espécie de final de Copa do Mundo entre Deus e o demônio.
Escrito em 1981 e baseado em palestras e aulas que King deu, o livro explana sobre vários pontos da produção de terror/horror começando pelas pessoas que teimam em procurar um por que de que gosta do gosta ou produz o gênero serem assim 'diferentonas', depois analisamos os grandes arquétipos do terror O Vampiro, O Monstro, O Lobisomem e O Fantasma (ou Lugar Maldito). E então passamos para as produções de terror no Rádio, Tv, Cinema e Literatura, lógico. Tudo isso de uma forma bem intima, com se o autor estivesse conversando diretamente com o leitor.

Para os fãs do gênero, traz muitas informações interessante sobre os clássicos, que são analisados um pouco mais profundamente que as outras obras citadas, e eles sempre voltam para explicar por menores em outras obras, mostrando como esses clássicos influenciaram a produção de terror depois deles através dos arquétipos. King também distingue o Terror, Horror e o último nível para causar impacto no espectador que é a 'repulsa', e fala dos recursos para chegar a essas reações, a que eu mais goste foi "A Porta Fechada" (quando o autor da obra não mostra o "Mal", assim o alívio de saber que o que se enfrenta é "só um monstro de 30m, podia ser pior, podia ser um monstro de 40m"). Isso sem falar nas diversas obra analisadas trazendo novos pontos de vista sobre elas.
Acredito que somente as pessoas que já trabalharam no gênero por algum tempo compreendem verdadeiramente o quão frágil é essa matéria, e que surpreendente comprometimento ela impõe ao leitor ou espectador inteligente e maduro. Quando Coleridge falou da “suspensão da descrença” em seu ensaio sobre a poesia imaginativa, creio que ele sabia que a descrença não é como um balão, que pode ser suspenso no ar com um mínimo de esforço; ela é como um peso de chumbo, que precisa ser içado com um solavanco e um empurrão e suspenso com toda força. A descrença não é leve; é pesada. Pode ser que a diferença de exemplares vendidos entre Arthur Hailey e H. P. Lovecraft exista porque todo mundo acredita em carros e bancos, mas demanda uma operação intelectual sofisticada e penosa acreditar, mesmo que por alguns instantes, em Nyarlathotep, o Cego Sem Rosto, que Uiva Pela Noite. E sempre que me deparo com alguém que expresse um sentimento do tipo “Eu não leio fantasia, nem vou a nenhum desses filmes; nada disso é real”, sinto uma espécie de compaixão. Eles simplesmente não conseguem levantar o peso da fantasia. Os músculos da imaginação se atrofiaram.
Para os não fãs, acho que conhecer os arquétipos também é interessante, afinal eles podem aparecer em várias obras, o lobisomem, por exemplo representa aquele personagem bonzinho que por alguma rasão se torna diferente daquilo que é (uma mãe amorosa e doce com o filho, mas que se torna um monstro com a namorada dele). Mas a parte que achei mais interessante é o Sub-texto como as 'mensagens' anti energia nuclear em filmes com 'monstros mutantes', King também também fala o porque da produção de terror ter sido tão pequena na década de 1940 e conjectura que, com os horrores reais da guerra, as pessoas não queriam ver mais horror em seus momentos de lazer.

O livro só tem um problema, mais para os fãs do gênero, aqui King conta tudo, tudo mesmo, então se você não gosta de spoiler, melhor ler os livros analisados antes. Outro probleminha, para quem se incomoda, é que o livro se torna datado, então você não vai ver Sexta-Feira 13, Jogos mortais, ou jogos como Resident Evil, para mim não faz diferença, mas vi muita gente reclamando ou apontando esse fato, como se isso fosse importante.
Na história de Bradbury, um velho parque de diversões, maravilhosamente chamado Cooger & Dark’s Pandemonium Shadow Show, chega a Green Town, trazendo tristeza e horror, sob o disfarce de prazer e maravilhamento. Will Halloway e Jim Nightshade — e mais tarde também o pai de Will, Charles — percebem do que se trata exatamente esse parque de diversões. A narrativa acaba afunilando-se na direção da luta de uma única alma, a de Jim Nightshade. Chamar isso de uma alegoria seria errado, mas chamar de uma história de terror moral — muito ao estilo daquelas histórias de terror da E. C. que a precedem — seria exatamente correto. Com efeito, o que acontece a Jim e Will não está muito distante da tenebrosa descoberta de Pinóquio na Terra dos Prazeres, onde os meninos que se permitem usufruir os desejos mais básicos (fumar e jogar sinuca, por exemplo) são transformados em burros. Quando Bradbury escreve aqui sobre as tentações carnais — não simplesmente a sexualidade carnal, mas a carnalidade em suas formas e manifestações mais amplas —, os prazeres da carne correm tão sem rédeas quanto as tatuagens que cobrem o corpo do Sr. Dark.
No Templo das Tentações, adaptação do livro Algo Sinistro Vem Por Aí ("Something Wicked This Way Comes") de Ray Bradbury, cujo livro está no Dança Macabra e seu Cooger & Dark’s Pandemonium Shadow Show

Indico o livro para os fãs dos gêneros horror, fantasia e ficção científica, para os cinéfilos e para que gosta de escrever.

Bom gente, como estamos bem pertinho do Halloween, que tal pegar umas dicas de Stephen King e fazer uma sessão de filmes clássicos de Horror e sair da mesmice.

O Bebê de Rosemary, Roman Polanski
O Iluminado, Stanley Kubrick
Psicose, Alfred Hitchcock
A Noite do Mortos Vivo, George A. Romero

São alguns dos livro citados.

Feliz Halloween!!!

13 comentários:

  1. Olá.
    Nunca li um livro de terror, mas confesso que tenho certa curiosidade, até tenho dois ou trÊs livros do gênero na minha estante, mas ainda não tive coragem de começar a ler hahahha. E caramba que capa é essa... Eu já fiquei com medo com a capa, imagina o restante. Mas enfim... amei o post, estou achando bem legal conhecer mais e mais livros do King aqui.

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  2. Preciso repensar a ideia de ter todos os livros do King laçados no Brasil, o homem parece uma máquina de escrever quase diariamente lança um livro novo (exagerei, mas é quase isso), esse sem sombra de dúvidas estará na minha estante...

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  3. Olá, Daniele. Acho que sou muito inversa a algumas pessoas, muitos amam O Bebê de Rosemary e O Iluminado, ja eu odiei o primeiro e tentei achar uma essência de terror/horror no segundo e não consegui.
    Achei ótima a ideia dessa obra, mas fico triste que não tenha a análise desses nomes que você citou, tais como Jogos Mortais e Resident Evil.
    Estou lendo uma obra do autor e estou gostando do começo, é uma obra que promete grandes aventuras.

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  4. Oi!
    Não sabia que esse livro era um apanhado sobre as produções de horror, na verdade pra mim era mais uma ficção aterrorizante do King. Achei a ideia bastante interessante e fiquei curiosa pra saber o que o autor tem a dizer sobre esses clássicos do gênero. Confesso que nunca assisti nenhum desses filmes e acho difícil que essa situação vá mudar, mas levarei mais a sério as dicas de leitura.
    Beijos!
    Por Livros Incríveis

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  5. Há cinco anos atrás, eu dei esse livro de presente de natal para o meu namorado da época. Ainda não tinha lido nada do King pq minha mãe tinha um preconceito do caramba com o cara e ficava me fazendo a cabeça para não ler nada dele, mas acabei babando insanamente nesse livro. Acabei comprando outros livros do autor e esse foi ficando pra depois. A criatividade desse cara é sem sombra de dúvidas sobrenatural, não tem como não gostar... e até minha mãe, com o preconceito que ela tinha acabou tendo de dar o braço a torcer quando resolveu ler um livro dele... sério! Ela me infernizou a vida inteira para não ler nada dele e simplesmente, não tinha lido nada dele tbm... fiquei chocada!

    Raissa Nantes

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  6. Oiii, como vai?
    Nunca tive oportunidade de realizar a leitura desse livro e realmente adoraria, é um dos meus gêneros favoritos que mais me deixam babando e encantada, um terror sempre faz bem <3
    Abraços

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  7. Oie
    eu adoro o autor e to muito curiosa por esse pois ja vi pessoa lendo e elogiando, espero conseguir em breve e parabéns pela resenha

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  8. Ola eu ainda não li nada do autor, mas confesso que amo spoiler então vou adorar o livro, com tudo detalhado e falando sobre outras obras. Esse gênero me faz sair bastante de minha zona de conforto, mas preciso ler algo do mestre do terror. abraços

    Joyce
    wwww.livrosencantos.com

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  9. Oieee!!
    Confesso que não sou fã de terror, então não curto muito o King, mesmo admirando muito o autor e a sua história, principalmente o seu papel no estilo literário.
    Achei muito interessante a postagem e os livros... mas infelizmente não são pra mim.

    beijos

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  10. OOI!
    Confesso que não me interessei pelo livro, assim como acontece com a maioria das obras do autor. Não gosto de terror, sou medrosa demais, por isso prefiro evitar. kkkk Passo a dica...

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  11. Amo livros de terror, mas não tive a oportunidade de ler esse ainda. Mas sei que só por ser do mestre de terror king e ter essa capa bapho deve ser um livro e tanto né! Com certeza irei ler e anotei a dica, ótimo post!

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  12. Não gosto nem de terror nem de horror, e pra ser sincera achei que a repulsa era meio que parte do horror, sou desinformada... Rs... Achei interessante a questão dos arquétipos, mas não leria.

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  13. Dani, tudo bem?

    Adorei sua resenha, super bem construída! Não sabia que esse livro era assim, que proporcionava esse passeio pelo gênero, pelos arquétipos, pelos clássicos. E o fato do autor ter conseguido a proeza de fazer o leitor se sentir como se, ao invés de ler, estivesse batendo um papo descontraído sobre o assunto, me deixou ainda mais curiosa para conhecer a obra!

    Obrigada pela dica!

    Leitoras Inquietas

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