(Resenha) #5 o guia do mochileiro das galáxias 3 - A vida o universo e tudo mais

O guia do mochileiro das galáxias 3 
A vida o universo e tudo mais

Douglas Adans 

Ficção Cientifica, Humor

Editora Sextante

"Fatos importantes extraídos da História Galáctica, número dois: (Reproduzido do 21 Livro de História Galáctica Popular do Siderial Daily Mentioner's.) Desde que esta Galáxia surgiu, vastas civilizações cresceram e desapareceram, cresceram e desapareceram, cresceram e desapareceram tantas vezes que é muito tentador pensar que a vida na Galáxia deve ser (a) similar a um enjôo marítimo, espacial, temporal, histórico ou similar e (b) imbecil."

O livro começa com Artur dando o seu grito de horror matinal ao acordar e se lembrar onde estava. Ele estava perdido no espaço tempo na Terra pré histórica, sozinho, sem poder conversar com ninguém, durante cinco anos, exceto por uma vez que Wowbagger, um imortal que já estava cansado de não ter mais nada pra fazer, principalmente nas tardes de domingo, resolveu gastar todo o seu tempo e dinheiro insultando o universo, em ordem alfabética. 

Nesse terceiro volumes conhecemos o robôs do planeta Krikkit, que querem reunir artefatos para libertar seu planeta que foi preso por causa das atrociades que eles cometeram ao perceber que não estavam sozinhos no universo, e resolveram aniquilar tudo. Para impedir que isso acontecesse Slartibartfast recrutou Artur e Ford Prefect, que estava mais interessado em ir em uma festa que salvar o mundo. 

― Meu médico diz que tenho uma glândula de senso de dever malformada, além de uma deficiência natural em fibras morais ― grunhiu para si mesmo ― e portanto estou dispensado de salvar Universos. 

Conhecemos também  Agrajag, uma pobre criatura que em todas as suas reencarnações era morta por Artur Dente, mosca, barata, coelho, vaso de petúnias... Todas as suas desventuras renderam bons capítulos.
Adorei a forma como a nave do Slartbastfast  se esconde através do POP, problema de outra pessoa, onde ninguém consegue enxerga-lá por que simplesmente não é problema delas. Seu sistema de navegação bistromatica também é sensacional.

A Bistromática em si é apenas uma nova e revolucionária forma de entender o
comportamento dos números. Assim como Einstein observou que o tempo não era absoluto, mas algo que dependia do movimento de um observador no espaço, e que o espaço não era absoluto, mas dependia do movimento do observador no tempo, hoje sabemos que os números não são absolutos, mas dependem do movimento do observador nos restaurantes. O primeiro número não-absoluto é o número de pessoas para quem a mesa está reservada. Ele irá variar no decorrer das primeiras três ligações para o restaurante e depois não apresentará nenhuma relação aparente com o número de pessoas que realmente estarão presentes, ou com o número de pessoas que irão se juntar a elas depois do show, partida, festa, filme, ou ainda com o número de pessoas que irão embora ao ver quem mais apareceu por lá.
O segundo número não-absoluto é a hora real de chegada. Este numero é hoje
conhecido como um dos mais bizarros conceitos matemáticos, uma reciproversexclusão, um número cuja existência só pode ser definida como sendo qualquer outra coisa diferente de si mesmo. Em outras palavras, a hora real de chegada é o único momento no tempo no qual é impossível que qualquer participante do grupo chegue de fato. A recíproversexclusão tem, atualmente, um papel vital em diversos campos da matemática, incluindo a estatística e contabilidade, além de fazer parte das equações básicas usadas na engenharia dos campos de Problema de Outra Pessoa.
O terceiro e mais misterioso não-absolutismo de todos diz respeito à relação entre o número de itens na conta, o valor de cada item e o número de pessoas na mesa, assim como quanto cada uma delas está disposta a pagar. (O número de pessoas que trouxeram algum dinheiro é apenas um subfenômeno desse campo.)

Gostaria que os outros personagens tivessem aparecido  mais, o Marvim aparece apenas no começo e no final do livro, como sempre muito rabugento e deprimido, a Trillian como sempre a mais sensata de todos, ela fala pouco mais é a única que realmente faz alguma coisa, sem ela era perigoso o livro nunca acabar, e Zapod, como sempre o mais palhaço e insano de todos, foi o menos deu as caras ( as duas caras no caso) foi o que menos teve importância também, com ele ou sem ele não teria feito muito diferença.

Senti que  livro ficou meio enrolado com muitas tramas meio espalhadas, e só deu uma guinada nas 50 últimas páginas, onde todos se encontram, e enfim salvaram as Galaxias, ou não.

De qualquer forma Douglas Adans é um gênio, mesmo esse livro sendo de 1982 ele é muito atual, a forma como ele descreve situações corriqueiras criando situações descabidas, muitas vezes para refletir sobre a importância que damos para tantas coisas sem importância...

Aconselho muito toda a série do Guia pra quem gosta de questionar o senso comum, e pra quem gosta desse universo Nerd.



Nota 4 estrelas.