(Resenha) #13 A Morte da Luz

A Morte da Luz

George R. R. Martin
Ficção Científica, Fantasia 

Editora Leya

Muitos dizem que finais são difíceis, mas e os começos? A Morte da Luz foi a primeira obra lançada, em 1977, por George R. R. Martin que é famoso principalmente pela série sensação Crônicas de Gelo e Fogo cujo primeiro livro deu nome a série da HBO Guerra dos Tronos.

Antes de começar a falar do livro em si, vou contar um pouquinho da minha experiencia com o autor, li apena três livros dele, os três primeiros volumes de Crônicas de Gelo e fogo, amei de paixão o primeiro, o segundo caiu um pouco, o terceiro, bem o terceiro abandonei, é gente detestei os rumos que a história começou a tomar e abandonei, minha relação com o autor foi do céu ao inferno. Mas mesmo assim decidi dar mais uma chance ao autor.

“– [...] Os kavalarianos têm um ditado, que um homem é a soma de todos os seus nomes. Nomes são muito importantes em Alto Kavalaan. Nomes são muito importantes em todos os lugares, mas os kavalarianos conhecem essa verdade melhor do que a maioria. Uma coisa sem nome não tem substância. Se algo existe, tem um nome. E, da mesma forma, se você der um nome para alguma coisa, de algum modo, em algum nível, a coisa nomeada existirá. Esse é outro ditado kavalariano. Você entende, Dirk?”

A estória se desenrola em Worlorn, um planeta errante, que passou por um conjunto de sóis e por décadas foi habitado por representantes de 14 mundos da Orla da galáxia, no que foi chamado de O Festival, mas isso é passado, o planeta agora está se afastando das estrelas escorregando para um longo "inverno" na escuridão, e está praticamente vazio.

É nesse contexto Diek t'Larien chega no planeta atendendo o chamado de um antigo amor Gwen Delvano, mas se depara com uma Gwen "casada" com Jaan Vikary dos Jadeferro (um dos grupos de Kavalaan) e seu tyen (um laço que é maior que a amizade entre os kavalarianos) Garce Janacek (isso mesmo ela é dos dois, se um morrer ela passa a ser mulher do outro). Dirk quer levar Gwen ( que ele teima em chamar de Jenny) embora desse mundo moribundo, então um show de orgulho, desinformação, mal entendidos desfila em descrições enfadonhas e diálogos longuíssimos.

Nesse livro vemos já vemos elementos que vão fazer de G. R. R. Martin famoso, como a criação de uma cultura forte e crível como a dos Kavalarianos, gostei demais da cultura deles, com lendas e mitos para justificar muitos aspectos de sua vida atual, mesmo o papel das mulheres serem relegados, muitas vezes a meras parideiras. Jaan é um homem bem diferente do seu povo, desde pequeno preferindo ficar com as mulheres nas caverna do que com os meninos, depois que foi estudar em Avalon (um outro planeta do sistema) descobre algumas coisas que põem em xeque algumas crenças de seu povo, hoje ele é um visionário que luta praticamente sozinho para mudar a visão de seu povo, mas mesmo ele ainda segue certas tradições kavalarianas.

O problema do livro é que ele segue Dirk, um personagem extremamente chato, orgulhoso, precipitado. Quando ele se encontra com Jann, Janaceck ou mesmo Bretan (um dos "vilões") era um sopro de ar puro. Gwen é uma boa personagem, mas ela comete erros com consequências terríveis, contribuindo com uma história que não era para ser.

Nesse livro Martin realmente extrapola nas descrições e nos monólogos, sabe é muito chato esperar meio livro para acontecer alguma coisa, e quando você pensa 'agora vai', o livro volta a ser mais conversa e descrições e foi assim até quase o final, mas aí já estava tão saturada que não aproveitei nada, muito triste. Se o autor fosse mais sucinto, o livro seria mil vezes melhor.

Bom gente, ainda não desisti do autor, quero ler mais obras  dele, como Sonho Febril, vamos ver se me saio melhor já que tive duas grandes decepções com ele. Indico para os amantes do Autor, para quem gosta de ficção cientifica, especialmente no sub-gênero Space Opera, que é mais puxado para fantasia.