(Resenha) #19 Dexter, A Mão esquerda de Deus

Dexer, A Mão Esquerda de Deus
Jeff Lindsay
Policial
Editora Planeta


Adoro séries adaptadas ou que usa referencias literárias, cinematográficas ou históricas, quando comecei a assistir Dexter não sabia que tinha livro, só fiquei sabendo quando já havia terminado a segunda temporada, no começo pensei, mas será que um livro consegue toda a carga que uma temporada inteira de uma série, e acabei não lendo (sim era uma boba naquela época), mas hoje por causa do Desafio decidi tirar esse atraso.

Tudo isso chamando o Necessitado. Ah, o berro sinfônico as milhares de vozes ocultas, o grito interior do Necessitado, a entidade, o observador silencioso, a coisa fria e quieta, aquele que dança, o Bailarino da lua. O eu que não era eu, aquele que zombava, ria e vinha com sua fome. Com a Necessidade. E a Necessidade agora estava muito grande, muito atenta fria enroscada arrastada rachada ereta e pronta, muito grande, bem pronta... mesmo assim, esperava e observava, me fazia esperar e observar.

O livro é narrado por Dexter Morgan, um perito forense de padrões de sangue da polícia de Maime, e um assassino psicopata nas horas vagas (mas isso é segredo XD) tudo ia controladamente normal na vida de Dex até receber um telefonema de Deb (sua irmã, que sonha em sair das ruas em que trabalha disfarçada entre as prostitutas, e passar para a Homicídios) que o chama até uma cena de crime, chegando Dexter encontra seus colegas da perícia e um deles pergunta porque ele estava lá, já que não havia sangue na cena.

Esse fato desperta tanta coisa em Dexter, seu Passageiro Sombrio (nome que ele dá a seu impulso psicopata) acha aquilo "artisticamente perfeito" e sente uma admiração tão grande pelo "artista" que gostaria de congratula-lo do mesmo jeito que nós queremos encontrar um artista que nós mega, hiper, super como Eu como escritora querer conhecer um autor que escreveu um livro que considerei sensacional, perguntar para ele como fazer isso ou aquilo com mais requinte, em fim trocar figurinhas. Mas ao mesmo tempo ele que ajudar Deb em suas aspirações profissionais, e também tem o código Hary que diz para ele só matar gente que de alguma forma consegui fujir da justiça mesmo sendo um assassino. Isso o deixa muito dividido.

(...)Crianças brincavam na grama bem cuidada. Mamãe e papai faziam churrasco, relaxavam, ou poluíam as cercas de arame, de olho nas crianças. Acenei para todos. Alguns até retribuíram. Eles me conheciam, já tinham me visto passar antes, sempre alegre, dando um grande olá para todo mundo. Era um homem tão gentil. Muito simpático. Não consigo acreditar que tenha feito essas coisas terríveis...

O livro é focado no Dex, afinal são seus pensamentos e atos que acompanhamos e é a suas impressões sobre os outros personagens que nós temos, isso é um dos motivos de eu não gostar de narração em primeira pessoa, mas acho que o Jeff fez um trabalho muito bom, porque ele enfiou o dedo no meu nariz e disse: 'esse é para mostrar com Dexter Morgan vê o mundo', e eu amei. O Dexter do livro é muito mais sarcástico, mais engraçado, (vê-lo embasbacado com seu antagonista, ou tentando entender o amor, é impagável) tem muito mais dilemas com seu Passageiro da Trevas.

Mas, se você quiser ver a série no livro, acho melhor baixar um pouco a bola, todo aquele elenco de apoio (Angel, La Guerta, Masuka) mal aparecem, e algumas personalidade são bem diferentes, só a Deb que continua uma chata, sempre exigindo ou se lamentando, mas os fatos que movem a trama estão todos lá. Confesso que a surpresa final do nosso 'vilão' ao nosso 'mocinho' na série foi bem mais 'artístico' fazer o que, não se pode ganhar todas.

_Droga droga DROGA! _ exclamou Deborah. Chute chute chute.
Era difícil discordar da analise sela da situação.

Indico o livro para os fãs da série, porque vale muito a pena, e para fãs de livros e séries policiais, além de ter altas doses de humor negro.

Antes de terminar preciso colocar a abertura dessa série e falar o como ela tem haver com a personalidade de Dexter, porque ele mostra toda a rotina repetitiva que é manter seu Passageiro das Trevas sob controle.