(Resenha) #31 - V de Vingança

Título: V de Vingança
Autor: Roteiro: Allan Moore, Arte: David LLoyd
Gênero: Distopia
Desafio #31 Grafhic Novel

Olá pessoal, nosso desafio pediu um quadrinho literário, como normalmente leio bem mais os quadrinhos periódico, perguntei para a Carol qual ela me indicava da coleção dela, e ela indicou V, que já é bem conhecido por causa do filme, e também por seu autor nada discreto.

Antes de começar a resenha vou falar um pouco das imagens, como gosto de colocar algumas passagens da história no meios dos meus posts, resolvi fazer a mesma coisa aqui, e por se tratar de uma história visual, nada melhor que fotografar algumas passagens. Então vamos lá o/

V for Vendetta foi escrita pelo já lendário Allan Moore em 1981 e terminada em 1988 (mas a edição que eu li deve ter tido alguma revisão posterior, porque tem um dialogo lá que não tem como ser de 88) V é uma distopia clássica, a história se passa em 1997, após uma guerra catastrófica, um grupo fascista assume o poder da Inglaterra, impondo um regime de extrema vigilância, e é nesse mundo que a trama se desenrola. 

A história começa com uma pobre garota, Evey, que com dificuldades financeiras, resolve tentar se prostituir, mas como alegria de pobre dura pouco, ela acaba abordando alguns membros da infame policia do Partido, conhecidos como Dedos. A pobre estava quase cumprindo sua sentença, (ali na rua mesmo, sem julgamento, nem nada, pelo crime de prostituição, mesmo ela nem tendo chegado a pratica-lo de fato) quando um mascarado, recitando Machbet, a salva deixando vários policiais mortos, e as Casas do Parlamento em chamas, causando um belo espetáculo de fogos de artifício, nos céus noturnos de Londres.

É claro que o Partido não gostou que um símbolo de poder tenha sido destruído, mesmo que ele não service para nada no momento, isso é propaganda negativa. Então todos são mobilizados para: 1 capturar o responsável e 2 - criar uma narrativa para convencer o povo que foi uma demolição premeditada, para isso eles usam uma rede de rádios e tv chamada A Voz do Destino, mas a Vingança de V vai pegar cada um dos dedos, narizes, olhos, vozes, cabeças, ou qualquer outra parte do corpo do Partido.

Como eu disse, V é uma distopia clássica, portanto dá para traçar vários paralelos com 1984 de Orwel, um futuro não muito distante, uma guerra catastrófica, o isolamento da Inglaterra do resto do mundo, as câmeras que vigiam tudo, todo processo industrial controlado pelo governo, todo o povo controlado pelas notícias da mídia estatal, que só transmite o que o grande Líder decide. Mas ao contrário de 1984, aqui não é um dos partidários que acorda de seu torpor, e sim um fugitivo de um dos campos que foi formado durante a guerra, ele é um Vilão, mas para algumas pessoas pode ser um Herói, V ao contrário do herói de 1984 pensa muito sobre o que pode vir depois da 'revolução dos proles', então temos muito discurso Anárquico, que é uma preferência pessoal de Allan Moore, e também essa história tem muito mais esperança que 1984, (o final de 1984 acabou comigo T.T)

Gostei bastante da condução da história, e como todas as tramas vão se desenrolando, para mostrar não só o V e seu passado terrível, mas as desventuras de Evey que tem a família, e quase todos que se aproximam dela destruídos pelo regime. Rose, viúva de um auto funcionário do partido, que tem a vida destruída após a morte dele por V, se vê obrigada a se prostituir para viver, é muito triste a história dela. A guerra pelo poder dentro do Partido, as facções, os jogos de interessa, e também temos meu segundo personagem preferido Finch, ele era o Nariz (investigador) mas depois que V matou uma pessoa muito querida dele, ele descobriu coisas que o fazem duvidar de suas convicções, mas ao mesmo tempo ele não consegue se livrar de suas obrigações o que o faz mergulhar cada vez mais profundamente em todo o mar de lama.

No geral gostei muito do quadrinho, mas acho que prefiro o filme, acho que alguns discursos ficaram um pouco chatos, meio lentos, a parte da Evey também, também acho que ela foi melhor desenvolvida lá, aqui as coisas que a levaram ao seu final, ficaram meio de supetão, não pareceu natural.

  
Indico para todos que apreciam distopias, ação, policial, citações a cultura tanto clássica quanto pop, histórias com segredos profundos a serem revelados, intrigas, e uma bela dose de violência. Também indico o filme.