(Resenha) #38 O Nevoeiro

Título: O Nevoeiro
Autor: Stephen King
Livro: Tripulação de Esqueletos
Gênero: Horror, suspense, triller psicológico 
Desafio #38 Livro de um autor que nunca leu
Acreditam que nunca tinha lido nada do autor preferido da Dani! E olha que temos uma sessão especial só dele aqui no blog o Maravilhoso Mundo de Stephen King, então para me redimir li esse conto que inspirou um dos filmes que eu mais gosto. Esse conto foi publicado no livro tripulação de esqueletos, mas vou me atentar apenas ao conto mesmo.

Eu não estava gostando daquilo. Tinha a firme convicção de que jamais vira nevoeiro semelhante. Uma parte de minha inquietação era devido àquela enervante borda reta frontal. Na natureza nada é tão certinho; o homem é que inventou margens retas. Parte do nevoeiro era de uma brancura ofuscante, sem nenhuma variação, mas tampouco sem as cintilações provocadas pela umidade.Deveria estar a um meio quilômetro de distância agora, sendo mais incongruente do que nunca o contraste de sua alvura com os tons de azul do céu e do lago.

Uma tempestade se aproxima, daquelas com cara que vai fazer estrago, é uma coisa chata, é, dá um medo, sim, mas é assim, a natureza tem dessas coisas, depois da Primavera Negra, o verão veio com ondas de calor altíssimas, então o negócio é tentar dormir e no outro dia ver os estragos. Uma árvore caída dentro de casa, outra em cima de um Thunderbird 1960, com apenas 30 mil milhas rodadas, de um vizinho de férias em sua casa veraneio, e claro como era se esperar a energia havia acabado. Até a companhia não restabelecer a luz era melhor dar um pulo em um mercado para fazer um estoque, coisa básica.

Dave, seu filho Billy e o vizinho azarado Brent foram ao mercado e deixaram Steff em casa arrumando a bagunça. Não sem antes observarem o estranho nevoeiro sobre o lago, como um cortina espessa, branca e uniforme que parecia estar deslizando lentamente sobre a superfície.

Como também era esperado de típicos norte americanos, o mercado também estava lotado, e Dave reconheceu algumas pessoas, como a  louca fanática da Sra. Carmody, que havia espalhado um punhado de histórias sobre a infame Primavera Negra e sobre um tal projeto Ponta de Flecha. Mas foi na fila quilométrica que o Nevoeiro chegou, e cobriu tudo, trazendo consigo sei lá o que.

Era possível vislumbrar-se o sol através do nevoeiro, como uma pequena moeda de prata. Parecia Vênus. Não era tanto pelas criaturas monstruosas que cambaleavam no nevoeiro; minha defesa com a alavanca revelara que elas não eram nenhum horror Lovecraftiano com vida imortal, mas sempre seres orgânicos, com suas próprias vulnerabilidades. Tratava-se do nevoeiro em si, que sabotava a força e roubava a vontade. Só para ver o sol outra vez.

Gente que conto! O King descreve de forma bem simples e crua, sempre colocando nomes nas coisas, não era um carro era um Thunderbird 1960, não era uma estação de rádio era a WOXO a WJBQ, as vezes eu gosto, porque deixa o livro mais real e a gente também começa a tratar o objeto/local como personagens, mas quando se exagera parece um show de marcas, o que não é o caso. A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista de Dave, ele conduz muito bem não sendo egoísta com o leitor, ele nos conta sobre as fofocas e vai pra luta, pra gente não ficar perdido e nem desanimado, e tudo isso descrito de uma forma bem natural.

Recentemente estreou a série O Nevoeiro, estou bem curiosa para assistir e ver como eles vão fazer o final, porque o final do filme me marcou muito, e diferente do livro, preferi o filme =X, ta aí, se já assistiu, ou quer assistir não se preocupe os finais são diferente e pode dar novas interpretações.

É claro que não poderia deixar de falar que assim como citado no próprio livro o clima do conto e dos monstros lembra muito as obras de Lovecraft assim como os personagens vão enlouquecendo durante a trama.