(Resenha) #41 A busca Onírica por Kadath

Título: A Busca Onírica por Kadath
Autor: H.P. Lovecraft
Gênero: Horror, aventura
Desafio #41 livro que assuste

Olá pessoal, como vão as leituras nesse mês do horror?

Por três vezes Randolph Carter sonhou com a cidade maravilhosa, e por três vezes perdeu-a enquanto se detinha no alto do terraço que a dominava. Era uma febre dos deuses; uma fanfarra de trombetas sobrenaturais e um clangor de címbalos imorredouros.

Aproveitei que esse desafio calhou em cair em outubro, para retomar minhas leituras do contos do Lovecraft, já li bastante coisa sobre o círculo chamado de Mythos, e quase nada dos contos do círculo onírico, e já adianto que viraram os meus preferidos!


Nesse conto, Randolph Carter, sonha com uma maravilhosa cidade, que resplandece ao por-do sol chamada Kadath, mas sempre acorda antes de poder contempla-la, então ele resolve rezar aos Deuses Antigos pedindo para poder conhece-la, mas e mesmo eles tendo se negado a ajuda-lo Carter desce os setecentos degraus até o Portão do Sono Profundo, em busca da sua cidade dos sonhos. Mas no mundo Onírico ninguém sabe onde se encontra Kadath, apenas há rumores que ela fique em meio a desolação gelada e seja a nova morada dos Deuses Antigos depois que eles abandonaram o monte de Hatheg-Kla.

A grande diferença que senti comparando esse conto com muitos outros do autor, foi que o personagem principal é super destemido, ele não se amedronta muito com as criaturas sobrenaturais e com o clima sinistro de vários lugares por onde ele passa, portanto o clima fica bem mais aventuresco, longe daquele clima onde os personagens vão perdendo a sanidade, característica marcante nos contos dos Mythos, aliás no ciclo onírico poucos contos tem essa pegada também. Muitos dizem que Randolph Carter é um alter-ego do próprio Lovecraft, talvez por isso que não se assuste tanto e que seja um personagem recorrente vários contos.

A Busca Onírica por Kadath é um livro para se conhecer todo mundo dos sonhos criado por Lovecraft, na sua busca ele passa por lugares e conhece pessoas e histórias que são citados em outros contos, o que me fez ter muita vontade de ler todos os contos relacionados.

Existem várias coletâneas com contos reunidos, essa da editora Hedra, além de linda, reúne muitos contos desse ciclo,  que para quem não gosta muito de terror mas quer conhecer a obra, porque são bem mais leves,  mesmo assim cuidado com sua sanidade! Mas se até eu que não sou muito fã de horror gosto por isso indico bastante.

Alguns contos citados são esses:

Celephais (1922): Kuranes, que recebeu esse nome no mundo dos sonhos, não era ninguém no mundo mortal, mas nas terras oníricas um Rei. Em Kadath ele aconselha Carter em sua busca, já que ambos eram sonhadores de longa data, cultivavam uma amizade.

Navio Branco (1919): Um jovem cuidava de um farol, certo dia viu um navio, que flutuava pelas ondas, e o capitão o chamou para que ele acompanhasse a viagem, o sonho do Faroleiro era conhecer a cidade de Sona-Nyl.

“Seja cauteloso com aqueles oceanos perigosos onde os homens dizem se encontrar Cathuria. Em Sona-Nyl não há nem dor nem morte, mas quem pode dizer o que jaz além dos pilares de basalto do Oeste?”

Os Gatos de Ultar (1920): Em Ulthar, um velho casal odiava gatos, e sem dó os matavam, mas depois que um trupe passou pela cidade e o gatinho de um dos viajantes morreu, mais nenhum gato morreu. Em Kadath Carter é amigo dos gatos de Ultar e os gatos o ajudam muito a se livrar de alguns problemas. É um conto um pouco no estilo de Poe.

Dizem que em Ulthar, lá atrás do rio Sakai, ninguém jamais mata um gato; e ao olhar para aquele que ronrona perto do fogo aceso na lareira, sei que é verdade.

Os Outros Deuses (1933): Barzai, o sábio, escala o monte de Hatheg-Kla a fim de contemplar os Deus da Terra, mas no alto do pico, ele também vê os Outro Deuses... Esse conto tem mais a pegada dos contos do Mythos, onde a loucura vai tomando forma e nos contagiando. Esse conto foi escrito depois de Kadath, onde o monte de Hatheg-Kla tem bastante importância.

A Chave de Prata (1926): Nesse conto Carter, é questionado e se questiona sobre seus devaneios, e com essas dúvidas o mundo dos sonhos fica inacessível. A linha do tempo provavelmente se passa depois de Kadath.

O que ele deixou de recordar foi que os efeitos da realidade são igualmente fúteis e infantis, e mesmo mais absurdos, pois seus atores persistem em imaginá-los cheios de significados e finalidade, enquanto o cosmo cego gira sem propósito do nada à existência e desta novamente ao nada.