(Resenha) #49 Violino

Título: Violino
Autor: Anne Rice
Gênero: Drama
Desafio #49 Um livro com Música

Quando vi esse tema já tinha meio que em vista um certo livro, mas depois pensei melhor e decidi que queira algo que falasse de músicas mais clássicas e fui a busca e encontrei esse livro da diva gótica Anne Rice, quem acompanha o blog sabe que eu passei o ano passado inteiro com ela e seus vampiros. Mas então como será que foi a minha primeira incursão fora do mundo vampírico da autora?

...Todas essas imagens chegavam como que trazidas pelo vento. Sacudi a cabeça. Olhei em volta. Então todos os fios do presente quiseram me enredar. Recusei.

No livro conhecemos Triana, uma senhora de meia idade que acabou de perder o marido, Triana está muito deprimida e começa a pensar em fatos de sua vida, como a morte da mãe e da filha e o desaparecimento da irmã, e assim negligencia o corpo do marido que ainda jaz no quarto, ela também passa a ouvir um belo som de violino sendo tocado próximo a sua casa, mas parece que quase ninguém mais ouve, seria o belo Violinista um fantasma?

O livro é bem triste, Triana é uma personagem atormentada, ela parece ter tomado para si a responsabilidade de tudo de ruim que acontece com todos ao seu redor, e isso fez com que ela tomasse um certo gosto pela morte, isso faz o livro ficar bem melancólico, mas eu achei que ele tem uma certa beleza, é difícil explicar, mas é o tipo de livro que não dá para ler com pressa é algo para sentir e saborear, e como todos os livros da autora que já li esse também tem uma alta dose de sensualidade no ar.

...e a dor ficava confinada, com toda a segurança, dentro da alegria.

Confesso que o começo foi meio confuso, com idas e voltas no tempo, trechos de pensamentos em que a narradora reflete sobre seus gostos musicais, imaginação e realidade, mas em pouco tempo o novelo é desenrolado e a história fica mais linear, o que dá um certo alivio. Acabei não gostando tanto do Violinista, não sei ele tem uma história triste, mas acho as atitudes recentes dele e o porquê dele ter se apegado a Triana não me convenceram muito, já a Triana, mesmo com essa tristeza e loucura dela, gostei demais da personagem e de seu amor pela música.

Sobre a música temos poucas citações a músicas mesmo, mas conhecemos muitos compositores da época áurea como Mozart, Beethoven, Paganini  entre outros, eles também falam de músicas folclóricas de origem celta, a música é muito presente no livro, mas é de um jeito mais selvagem, mesmo com os grandes nomes sendo citados, a música aqui tem mais dos famosos desafios onde um musico toca uma trecho de uma música improvisada e outro continua e meio que serve para mostrar a habilidade do músico.

Uma coisa interessante é que a Triana tem muito da Anne Rice, aliás, alem de Anne Rice, a autora tem dois pseudônimos que também são Anne alguma coisa, então Triane seria Três Anas(Annes), a autora também perdeu uma filha muito nova de leucemia como Triana, então conhecer a vida da autora (coisa que conheço muito pouco) pode deixar a leitura ainda mais interessante.

O Brasil não é outro país. É outro mundo, onde os sonhos assumem formas diferentes, as pessoas se comunicam todo dia com espíritos, santos e deuses africanos que se fundem em altares dourados.

 O livro é bem intenso, mas sua leitura pode ficar arrastada devido a escrita detalhista da autora, então precisa de uma boa dose de paciência, recomendo muito para quem gosta de dramas profundos, para quem gosta de livros com um pezinho no histórico e para que gosta de livros que tratam de questões sobre o luto.