Autor: Umberto Eco
Gênero: Romance histórico, Ficção Policial
Desafio #34 Livro com uma cor no título
Porque nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa, e os monges, por fim, estão no scriptorium para levar a cabo uma obra precisa, para a qual devem ler alguns e não outros volumes, e não para seguir qualquer insensata curiosidade que porventura os colha, quer por fraqueza da mente, quer por soberba, quer por sugestão diabólica.”
Olá pessoal, mais um desafio cumprido e apesar da Rosa no livro não se tratar de cor, também não se trata de nome e nem da flor e mesmo não sendo minha cor favorita decidi ler esse título porque gosto muito da sua versão para o cinema que mesmo já tendo assistido a muito tempo ainda lembrava de muita coisa, principalmente da parte investigativa.
“A beleza do cosmos é dada não só pela unidade na variedade, mas também pela variedade na unidade.”A história é narrada por Adso de Melk, já em idade avançada, quando ainda era noviço, sobre quando ele visitou uma Abadia na Itália junto de Frei Guilherme (ou William) de Baskerville. Nessa abadia o abade pede que Guilherme, que já fora um inquisidor, ajude a solucionar o caso de um monge que morreu de forma estranha. A abade permite que eles investiguem livremente pela abadia, menos na biblioteca, porque nela apenas o bibliotecário tem permissão para entrar.
Além de investigar as mortes, que a cada dia só aumenta, frei Guilherme também tem a missão de intervir pelos Menoritas que vão se reunir na Abadia com outros inquisidores do Papa, nessa parte temos muitos personagens reais que foram adaptados por Umberto Eco, como Bernardo Gui, o Papa João XXII, Ubertino de Casale e o Menorita Michele de Cesena.
O Abade sorriu: “Ninguém deve. Ninguém pode. Ninguém, querendo, chegaria ali. A biblioteca defende-se por si, insondável como a verdade que abriga, enganadora como a mentira que guarda. Labirinto espiritual, é também labirinto terreno. Poderíeis entrar e poderíeis não sair. E dito isto, quisera que vós vos adequásseis às regras da abadia.”
O Nome da Rosa foi o primeiro livro de Umberto Eco, escrito em 1980, mas sua riqueza de detalhes nas descrições e tramas politicas e religiosas da época quase me fez acreditar que ele viveu em 1327 quando se passa a história. De fato o autor já era um grande estudioso da Idade Média entre muitas outras coisas que enriquecem sua narrativa.
Porém toda essa descrição torna a leitura meio lenta, e toda a trama religiosa sobre os fraticelli me deixou um pouco confusa, mas as partes que eles estão investigando na biblioteca são bem interessantes. Outra dificuldade que tive foi em relação aos diálogos, que não tem intervenção do autor, então as vezes ficava perdida e não sabia quem exatamente estava falando. Acho que esse tipo de diálogos funcionam muito bem em audiobooks, porque as vezes é bem irritante quando o narrador toda hora interrompe o dialogo para falar quem está falando e como ele está se sentindo, mas no livro físico prefiro essas descrições, mas nada que voltar e prestar mais atenção não ajude. Tem também a prova de fogo para seguir a leitura que são trechos em latim por todo o livro, se conseguir avançar a leitura depois de tudo isso, ela fica muito enriquecedora!
“Os livros não são feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz mas o que quer dizer, ideia que os velhos comentadores dos livros sagrados tiveram claríssima."Procurando para saber sobre o porque do nome do livro, encontrei o livro Pós-Escrito a O Nome da Rosa onde Eco fala que ele gostaria de ter colocado o nome de seu livro de "Adso de Melk" mas como na Itália não os editores não apreciavam o uso de nomes próprios no títulos teve que escolher outro nome. Outra opção era "A Abadia do Crime" mas foi abandonado porque poderia induzir o leitor a achar a que a história era apenas sobre uma intriga policial. Então entre outros nomes O Nome da Rosa foi escolhido, oferecendo ao leitor mais essa investigação, interpretar o título. Rosa por um acaso é um figura religiosa muito simbólica e em um antigo poema medieval a expressão "o nome da rosa" representa infinito poder das palavras e aí entra nossa linda biblioteca.
Deixo esta escritura, não sei para quem, não sei mais sobre o quê: stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus. (a rosa antiga permanece no nome, nada temos além dos nomes)Outra dica de material de apoio é o vídeo do canal Xadrez Verbal que tem muitas curiosidades e me ajudou bastante a entender mais o livro o escrever essa resenha.
Indico esse livro para quem gosta de romances históricos e histórias policiais e para quem gosta de estudar teologia e civilização.
Estou agarrada com o nome da rosa, acho que já tem um ano que a leitura ficou pausada, mas recentemente li um livro sobre Estética Medieval escrito pelo próprio Umberto Eco que me ajudou a entender algumas coisas do Livro, acho que ele é um bom livro para os que estudam esse universo medieval, é uma via de acesso lúdica porque Eco foi um grande medievalista e ele consegue reconstruir com muita riqueza esse universo. Entretanto é com certeza uma leitura muito densa. Eu acompanhei seu ritmo de leitura pelo skoob e fiquei impressionada, você leu um livro tão denso em tão pouco tempo, quando eu "crescer" quero ser como vc Caroline, rsss.
ResponderExcluirEle é realmente um livro bem difícil, quase abandonei quando vi partes em latim que não tinham traduções e que pareciam que eram relevantes para entender a história. Mas já tinha meio que guardado na geladeira o Laranja Mecânica e o Sol Vermelho da Marion Zimmer que se enquadravam no tema tema do desafio... e vi tantos comentários positivos, além de ter adorado o filme e histórias com fundo histórico e medieval. Aquele diário de leitura do skoob ajudou bastante para manter o ritmo de 20 páginas no dia pelo menos, foi um bom incentivo pra não me atrasar nas próximas leituras já que leio um por vez XD.
ExcluirQuero ler mais sobre Eco principalmente O Pêndulo de Foucault!
Eu tenho muita vontade de ler O cemitério de praga. Outro autor italiano que tenho vontade de ler é Carlo Ginzburg, ele escreveu o livro O queijo e os vermes, o tema é um dos meus preferidos
ExcluirOlá quero muito conhecer a escrita do autor, que recebe muitos elogios, adorei a temática do livro gosto da parte investigativa, creio ser o tipo de leitura que prende atenção o leitor, parabéns pela postagem!
ResponderExcluirJá ouvi falar muito deste livro, mas ainda não o li. Vi o filme, por causa do Sean Connery, mas faz muito tempo. Seu texto me fez lembrar de que preciso colocá-lo na lista dos reencontros o quanto antes. Obrigada!
ResponderExcluirEu tenho um pouco de preguiça de ler esse livro, para falar a verdade. Acho que quando falamos em livros mais clássicos, e considero O Nome da Rosa um deles, sempre existe toda uma aura de importância que me dá um pouco de preguiça, hahahahaha. Mas um dia, quem sabe?
ResponderExcluirBeijos
Mari
www.pequenosretalhos.com
Oiii Daniele tudo bem?
ResponderExcluirEu tenho apenas um livro do Umberto Eco, esse está entre os meus queridos de desejados, fico feliz de encontrar a sua resenha aqui no blog, principalmente por ser uma leitura difícil e já ouvi comentários falando sobre ser massante por causa da dificuldade, pretendo ler e tirar minhas próprias conclusões.
Beijinhos
Umberto Eco é um icone. Não só com o Nome da Rosa mas por suas teorias da comunicação.
ResponderExcluirBjos
Olá
ResponderExcluirMinha mãe chego a ler esse livro na faculdade, mas como por onde ela leu era uma apostila acabei perdendo o interesse na leitura rsrs. Mas no ano passado quando veio a tona os livros dele devido a sua morte acabei voltando ao interesse e pretendo comprar a obra e fazer a leitura em breve. Até mais vê
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirVergonha é a palavra que define o fato de eu ainda não ter lido essa obra kkkk
O título é incrível e a obra parece ser muito boa. Gosto de clássicos, pois ou eu odeio ou amo kkk e mesmo não curtindo acabo percebendo o motivo de ser um clássico. Parece ser um livro um pouco difícil, mas acredito que valha a pena.
Espero poder ler em breve *-*
Oii, Carol! Já assisti ao filme e achei a história incrível,por conta do mistério que envolvia a morte dos monges e dos segredos que a biblioteca guardava. Porém nunca li o livro e fiquei curiosa, pois eu poderia compreender melhor por conta dos detalhes que a obra possui.Sua resenha está ótima e espero ler esse livro um dia. Bjss!
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirDesconhecia totalmente que existia um filme, já tinha ouvido falar no livro, mas nada muito elogioso e por isso fiquei surpresa ao saber sua opinião. Confesso que não faz meu estilo de leitura e os comentários negativos me deixam receosa, porém quem sabe esse livro não me surpreenda né?!
Oi, Caroline
ResponderExcluirNão sabia que tinha um filme. Uma pequena que quanto ao livro teve algumas ressalvas. Não gosto quando os diálogos ficam confusos também, nem descrições demais. Mas parece ser um bom livro.
Blog Livros, vamos devorá-los
Olá lindona,
ResponderExcluirEu li O Nome da Rosa na adolescência e na época achei bem ousado e quando assisti ao filme que fiquei mais assustada ainda, porque a atemporalidade e a audácia usadas na obra fazem dela um livro excepcional e clássico para as ciências humanas.
Beijos!
Oie!
ResponderExcluirEu gosto de romance histórico, e ainda não tive a oportunidade de ler o livro. Já assisti uma adaptação, e gostei bastante da história.
Vou anotar essa dica para conferir futuramente.
Bjks!
Histórias sem Fim
Oiee Caroline, tudo bem? Amei o post. Eu já assisti o filme de O Nome da Rosa muitas vezes, inclusive já escrevi dois artigos sobre ele, mas focando na questão da biblioteca. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler o livro, mas é algo que quero MUITO fazer, e em breve :D
ResponderExcluirBeijos!
Hellooo!!
ResponderExcluirJá vi mta gente falando do livro e já ate vi o filme, que achei mto interessante, mas o livro eu nunca tive mta vontade de ler, acho que vou ter as mesmas dificuldades de vc.
Gostei de saber das suas impressoes, acho que é um livro interessante, mas nao é mto meu tipo de leitura atual.
Beijos.
Oie, tudo bem?!!? Sempre achei o autor um pouco valorizado demais, a obra é boa, mas não essa maestria que as pessoas normalmente dizem. Assisti a adaptação e gostei, mas também não foi nada demais.
ResponderExcluirAcho que sua dificuldade é mais que justificada, pois precisamos nos conectar com o que lemos e ao que parece isso não ocorreu.
A resenha ficou muito boa, mas realmente não será um livro que lerei.
Bjs
Oiii!
ResponderExcluirQue resenha ótima! Eu tenho tanta curiosidade em conhecer esse livro, mas sempre dou uma adiada porque sei que será uma leitura lenta e complicadinha de se fazer.
Mas adorei saber sua opinião sobre o livro!
Beijnhos,
Oi!!
ResponderExcluirA tua resenha está perfeita e eu fiquei com mais vontade ainda de ler esse livro,
confesso que já assisti o filme, mas imagino que a leitura seja melhor.
Beijão!