(Resenha) #47 - Conan

Título: Conan
Autor: Robert E. Howard
Gênero: fantasia
Desafio #47 Um livro com Nome no Título

Por Crom! Muitas pessoas por aqui podem nunca ter lido nada de Conan, mas com certeza já ouviram falar desse personagem. Ele é um dos mais famosos protagonistas das histórias de Robert E. Howard, e definiu o conceito de Bárbaros que vemos em muitos filmes e livros. Nesse primeiro volume, foram compilados seis contos, organizados por ordem cronológica de publicação, e mais alguns extras que na época foram rejeitados e publicados postumamente.

Em todas as histórias além de muitas lutas muito bem descritas o elemento sobrenatural permeia as aventuras, isso graças a grande amizade com o circulo de amigos de H.P. Lovecratf, mas diferente dos personagens desse, Conan pode até temer as criaturas sobrenaturais, mas ele as enfrenta e quase sempre vence! Esse estilo de narrativa ficou conhecida como Espada e Feitiçaria e que também inspirou muitos outros autores.



A Fênix na Espada 
A minha favorita do livro, nela Conan já é Rei da Aquilonia, mas apesar de ter derrotado o antigo rei tirano, ele é alvo de intrigas que conspiram para lhe roubar o trono. Conan se sente infeliz porque o povo está contra ele, principalmente por causa do Bardo Rinal que canta canções que denigrem a sua imagem. Nesse primeiro conto somos apresentados a dois grandes personagens, Ascalante que é quem deseja usurpar o trono de Conan e Thoth-Amon um poderoso mago e arqui-inimigo.
Na verdade essa história inicialmente era para ser de seu outro personagem, o Rei Kull no conto By This Axe I Rule! mas ele foi rejeitado e Howard acabou reescrevendo mudando o nome para  Conan. Aqui no blog tem resenha sobre os contos do Exílio de Atlântida do Rei Kull!

Quando o rei Numedides caiu morto aos meus pés e arranquei a coroa de sua cabeça ensangüentada para colocá-la na minha, eu havia alcançado o limite dos meus sonhos. Eu tinha me preparado para tomar a coroa, não para mantê-la. Nos velhos tempos de liberdade, eu só queria uma espada afiada e uma trilha direta até os meus inimigos. Agora não há trilhas diretas, e minha espada é inútil. Quando derrubei Numedides, eu era o Libertador. Agora eles cospem na minha sombra.


A Cidadela Escarlate
Nesse conto Conan também é rei e tentam roubar seu trono, mas dessa vez ele e seu exércitos de melhores homens são emboscados, Conan é capturado e levado até a um cidade, lá eles tentam fazer com que Conan abandone seu reino, com sua recusa ele é levado ao calabouço que antigamente era um cidadela vermelha.
Nesse conto tem ótimos diálogos sobre politica, e depois que ele vai para a masmorra a história ganha mais toque sobrenatural e o final é surpreendente!

- E quem é você, senão um aventureiro que se apossou de uma coroa que não lhe pertencia, bárbaro vagabundo? – respondeu Amalrus – Estamos dispostos a oferecer-lhe uma compensação adequada...

- Compensação? – perguntou Conan, rindo abertamente – O preço da infâmia e da traição! Acreditam que, porque sou bárbaro, vou vender meu reino e sua gente em troca de minha vida e do ouro sujo de vocês? Hah! Como se apoderaram de suas coroas, você e o porco moreno que está a seu lado? Seus pais lutaram e sofreram, servindo-lhes a coroa em bandejas de ouro. Eu lutei por aquilo que vocês receberam por herança, sem mover um só dedo... exceto para envenenarem algum irmão.

A Torre do Elefante
A partir desse conto a história volta no tempo, Conan ainda não rei, mas já é um bárbaro forte e destemido, em suas andanças ele escuta sobre uma uma torre que guarda um grande tesouro, curioso para saber porque nunca ninguém roubou esse tesouro e seguro que seria capaz de fazê-lo ele decide subir até a torre. Mas ele não foi o único que teve esse ideia, lá ele encontra outro ladrão e acabam se unido na busca pela jóia.
Com certa esse foi o conto mais emocionante de todos, e é considerado um dos melhores contos de Conan. Apesar dos anteriores terem muita magia e feitiçaria, nesse temos o horror cósmico, agregando a Era Hiboriana do mundo de Conan ao universo do Mythos de Cthulhu do H.P Lovecraft.

- Escute, humano – disse a criatura estranha – Sei que sou repulsivo e monstruoso para você, não é? Não, não precisa responder; eu sei. Mas você também seria para mim, seu eu pudesse vê-lo. Existem incontáveis mundos além dessa Terra e a vida neles assume muitas formas. Eu não sou nem deus nem demônio, mas um ser de carne e osso como você, embora a substância seja em parte diferente e a minha forma tenha sido fundida em outro molde.

O Colosso Negro
Em um reino em caos em meio a uma guerra uma princesa é atormentada em sonhos por um terrível feiticeiro, abalada ela é aconselhada a procurar um templo da deusa Mitra, lá uma sacerdotiza diz para que ela confie na Deusa e deposite todas as suas esperanças de salvar seu reino no primeiro homem que encontrar, adivinhem quem é? Claro que seria Conan!
Robert descrevia muito bem suas cenas de lutas, ele tinha um grande conhecimento em táticas de guerra e suas descrições são de tirar o fôlego. O legal é que nessa história é mencionado que ele seria um ótimo rei, e assim é plantada essa ideia, o que já sabemos que irá acontecer.


Xuthal do Crepúsculo
Conan e Natala estão perdidos no deserto e morrendo de sede, eles encontram uma cidade e na esperança de encontrar um poço ambos vão até lá, estranhamente encontram um guarda dormindo, mas não só ele, outras pessoas também estão prontas pela cidade. Enfim encontram uma mulher que fala sobre um Deus e explica porque as pessoas dormem, mas é tudo muito estranho e Natália corre um sério perigo.

Nesse conto o clima é mais tenso e tem uma crítica muito forte sobre como as pessoas fogem de sua realidade usando substâncias alucinógenas, quem conhece o jogo de cartas Magic, conhece a Black Lotus, uma das cartas mais famosas e raras do jogo. Aqui também temos um paralelo com o ciclo dos sonhos do HPL

O Poço Macabro
Conan vê no horizonte um navio de resolve nadar até ele e ser um tripulante. Como suas perícias de marinheiro e seu carisma nato, logo ganha a confiança de todos. Quando o capitão desembarca em uma ilha, ele vê a oportunidade perfeita para desafiar lo e tomar o navio ao seu comando. Mas é claro que a ilha não é muito normal e coisas muito estranha vão se desenrolar.


Além desses contos no livro tem alguns extras como o poema Ciméria, o texto Os Anais da Era Hiboriana, e o conto O Deus na Urna que tem uma pegada mais investigativa.

A edição do Pipoca e Nanquim está lindíssima, mas quem quiser a maioria dos contos já estão em domínio público então não tem desculpa pra não ler, além das histórias em quadrinhos e os filmes o/