(Resenha) #26 Morte e Vida Charlie St Cloud

Título: Morte e Vida Charlie St Cloud
Autor: Ben Sherwood
Gênero: Drama, Romance
Desafio #26 Livros com Antônimo no Título

Esse desafio foi um pouco difícil, não são muitos os livros com títulos com antônimos, então tive que pesquisar um pouco para não cair no óbvio e gigantesco Guerra e Paz, por que, sinceramente, não conseguiria ler em 20 dias, mas um dia eu ainda leio ele o/. Escolhi o St. Cloud por me parecer uma leitura leve, e também para fujir um pouco da minha zona de conforto, será que eu gostei?

"Isso me leva ao caso de Charlie St. Cloud. Como eu disse, a história começa com uma calamidade na ponte levadiça sobre o rio Saugus, mas a história não é só isso. Também há bastante devoção e o elo indestrutível entre irmãos. E também sobre encontrar a sua alma gêmea onde você menos espera. E sobre uma vida que foi tirada cedo demais e amores perdidos. Algumas pessoas diriam que é uma tragédia, e eu entendo. Mas sempre tentei achar o lado positivo nas situações mais desesperadoras, e é por isso que a história desses garotos permaneceu comigo. "

Charlie era um garoto incrível, ótimo nos estudos, nos esportes, se dava bem com todos, dos valentões aos nerds, era muito popular. Filho sem pai, e irmão de um pai diferente, mas tão sem pai quanto ele, Chralie tomou para si o dever de cuidar de seu irmão Sam. Mas mesmo com toda a inteligência e responsabilidade Charlie cometeu um erro, mesmo sem habilitação pegou o carro da vizinha e levou o irmão até Boston para verem o jogo do time de Baseball preferido dos meninos, e durante a volta a tragédia acontece.

Logo após o acidente eles são socorridos por Flório, o bombeiro que narra a introdução do livro, o estado dos garotos é crítico, mas logo após a cena do resgate vemos Charlie e Sam conversando como se só o carro estivesse destruído, eles sentem como se fossem se separar de alguma forma, então ambos fazem a promessa de um nunca abandonaria o outro, é quando tudo fica branco e Charlie acorda.

"— Vai ficar tudo bem — disse Charlie. — Confie em mim. — Eie sentiu o calor da luz chegando até o interior de si, e a dor começou a desaparecer.
― Prometa que você não vai me abandonar — disse Sam, estendendo a mão para pegar a do irmão.
― Prometo.
― Jura?
― Juro.
― Jura por Deus?
— Sim — disse Charlie. — Agora prometa que você também não vai me abandonar."

Temos então um salto de 13 anos no tempo, onde conhecemos Tess, uma bela velejadora que está se preparando para uma corrida de volta ao mundo, e ser uma das dez primeiras mulheres a fazer isso (a história acontece em 2004), mas ela também sonha encontrar um companheiro para a vida, mas por enquanto só se concentra em sua conquista, decidindo ir de encontro a uma tempestade, só para treinar. Tess perdeu o pai, que era seu porto seguro, mas mesmo assim prefere não acreditar no sobrenatural, e pode velar por ela.

Já Charlie trabalha no cemitério da cidade, e ainda cumpri sua promessa ao irmão, e nem mesmo uma paixonite, ou seu sonho de trabalho consegue afasta-lo de seu irmão e do cemitério onde ele está, ele é tão metódico que tem até esquemas de até onde pode ir e voltar a tempo para seu encontro diário com o irmão. Ela tão livre ele tão preso. O que será que uni esses dois personagens tão diferentes?

"Era obra do destino ela se interessar por um rapaz bonito bem na semana em que iria sair da cidade. Era assim que sempre acontecia. Seu timing era. sempre o pior possível, ou então os rapazes de que ela gostava é que eram pouco mais do que uns moscas-mortas. Tess queria viver por amor, mas as estrelas nunca se moviam para trás para ela, e elas definitivamente não se alinhavam com a possibilidade de um romance. Ela não tinha sorte nos assuntos do coração, nunca tivera, nunca teria, e essa era a maior razão pela qual queria deixar a cidade. Para ela, velejar era algo muito fácil, mas relacionamentos não. De alguma forma, dominar o vento sempre foi mais fácil do que domar homens rebeldes."

Olha só, e não é que eu gostei do livro, teve uma ou outra coisinha que me incomodaram um pouco, como por exemplo a coisa da paixão, sempre acho que esse negócio de paixão estraga um pouco o romance por ser uma desculpa fácil para as coisas acontecerem rápido demais, o cara vê a mina uma única vez e já arrisca a vida e tudo que lhe é mais caro, por ela, mas em fim outros aspectos do livro me encantaram muito.

Amei o relacionamento dos irmãos, eles parecem compartilhar tudo, eu acho tão bonitos essa coisa de amor fraterno, adorava vê-los falando dos outros 'moradores' do cemitério, e achei lindo a transição (quando o espírito se sente pronto para seguir até o Outro Lado) que o livro propõe, e sabe que fez muito sentido para mim (e olha que não acredito em nada disso), também achei bem interessante o fato dos mortos saberem de sua condição, é bem diferente de tudo que já li a respeito.

Também amei os vivos da história, os amigos de Charlie e Tess são bem reais, achei as atitudes tomadas por eles durante a história muito críveis, muitas vezes quando leio fico com aquela impressão de "Ah uma pessoa real não faria isso", mas aqui não. Achei isso um diferencial muito legal no autor, isso mostra que dá para ter um romance sobrenatural se apelar para todo tipo de liberdade poética. Só o nosso casal que me decepcionou um pouco, não o casal, já que Charlie é um fofo, responsável, bondoso, romântico, é um lindo ( o autor quis fazer dele um gostoso, o que achei desnecessário), a Tess é forte, decidida, independente e carente, também amei ela, mas o romance em si, achei rápido demais para as decisões importantes que foram tomadas. Mas de qualquer forma, é até melhor que assim seja, se não a história ia ficar enrolada demais U.U (que muié mais contraditória essa Dani, viu!!)

O livro tinha um mistério no ar, mas acho que quem gosta de ler como eu consegue pescar logo que ele é apresentado, se eu fosse do tipo que torce teria ficado decepcionada, mas como não sou, só fiquei mais grudada no livro para saber como o autor resolveria tudo.

"Após 30 anos como bartender no Maddies, Bella havia se aposentado havia alguns anos para começar um novo negócio. Por 15 dólares a hora, ela escutaria qualquer coisa sobre a qual você quisesse conversar, com a garantia de sigilo absoluto. Ela não dava conselhos e, definitivamente, não tinha convênios com planos de saúde, mas estava sempre ocupada com clientes que vinham até a doca para lhe contar alguma coisa. O maior dom de Bella — talvez até mesmo uma arte — era a capacidade de manter uma conversa fluindo apenas com a quantidade certa de "ahans"                                                          (me identifiquei muito com esse paragrafo XD)

A leitura foi bem leve, rápida e muito gostosa, (como eu falaria, mas pouca gente conseguiria entender, foi macia) para que curte torcer é um prato cheio de fortes emoções, recomendo para todos que gostam de um romance leve, com um toque de mistério, e para que está a fim de relaxar.