segunda-feira, junho 11

(Resenha) #50 Tartarugas até lá Embaixo

Título: Tartarugas até lá Embaixo
Autor: John Green
Gênero: Y.A.
Desafio #50 Modinha

Como falei lá na TBR, peguei esse livro para, até que em fim, conhecer a escrita desse cara que tudo que escreve parece virar moda, todo mundo quer ler, todo mundo ama, o que será que tem de tão interessante nos livros desse cara?

Também escolhi ele sair da zona de conforto e tentar mais uma vez o Y.A., esse gênero que tá difícil para mim.
Qualquer um pode olhar para você, mas é muito raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu.
No livro vamos conhecer Asa, uma garota que tem TOC (transtorno Obsessivo Compulsivo), ela normalmente está presa em seus pensamentos obsessivos quase não prestando atenção em que seus amigos estão conversando, e, em um desses dias, sua amiga Daisy descobre que o pai de 'um amigo' está foragido e tem um prêmio por sua cabeça, e decide que Asa deve ir atrás do garoto e descobrir o paradeiro do Pai.

Na casa do garoto as garotas não descobrem nada sobre o empresário foragido, mas ficam sabendo que ele criava um lagarto raro que vai herdar toda a fortuna do velho, e que o filho mais novo está bem deprimido e pinta um clima romântico entre Asa e seu antigo amigo, mas será que ela vai conseguir lidar com sua mania de contaminação que faz um simples beijo virar um drama médico?
Um dos desafios da dor, seja física ou psíquica, é que só podemos nos aproximar dela através de metáforas. Não temos como representá-la como fazemos com uma mesa ou um corpo. De certo modo, a dor é o oposto da linguagem.
Preciso começar dizendo que realmente a escrita do John é muito gostosa, simples, sem floreios, muito ágil, mas é só isso, a história é bem simplesinha, infanto juvenil até, na verdade ela é só um plano de fundo para o drama interno da Asa, os outros personagens são bem caricatos, incluindo o namoradinho, mas a personagem mais artificial do livro é a Dasy, parece que tudo que ela fala é algum clichê ou 'frase feita' é muito esquisito.

Bom, então o livro é basicamente a Asa falando, explicando e vivendo seu TOC, legal eu já tive um evento de TOC que só melhorou (melhorou, não acabou) quando me mudei de casa, então eu sei como é o sofrimento, só que acho que o formato que o autor resolveu escrever o livro (onde a ação começa devagar e vai se elevando até o clímax no final) não ajudou muito a me conectar com a personagem, e eu não consegui engoli uma garota que tem 'medo' de contaminação entrar em um bote dentro de um rio que ela mesma descreve com um 'esgoto em céu aberto' e não lavar as mãos compulsivamente depois. Então só consegui acreditar nela depois do meio do livro, infelizmente.
No fundo ninguém entende o que se passa com o outro. Está todo mundo dentro de si mesmo.
E é justamente por causa dessas últimas 70 páginas muito boas que a nota foi para 3 poyos, a parte do ataque que a Asa tem no carro e o sermão da Dasy (uma das raríssimas falas naturais da personagem) é sensacional, mas não sei se vou abraçar o autor não, acho que esse será meu único John Green.

Indico o livro para os fãs de dramas adolescentes, para quem quer saber um pouco mais sobre o TOC (a parte Obsessiva está muito bem feita, mas peca um pouco na parte compulsiva, em especial no começo, mas lá pelo meio do livro melhora demais).

12 comentários:

  1. Oi, Dani!
    Eu iniciei a leitura desse livro, mas alguns outros passaram na frente e ele está aguardando, na fila, mas já iniciado! No início é tudo muito engraçado, mesmo porque, não sou eu que tenho TOC e o transtorno tende a ser um pouco cômico, mas eu entendo perfeitamente que para quem sofre é muito desagradável e perturbador. Também achei estranho uma pessoa que tem um TOC com limpeza e mania de contaminação entrar naquele bote num rio que ela mesma achava muito sujo! Mas, como eu fui ler sem muitas expectativas, não me liguei nisso, apenas quis saber aonde o enredo ia me levar. Eu li um outro livro do John Green, A Culpa é das Estrelas, do qual gostei bastante. Eu cheguei a assistir um pouco do filme, mas acho que o livro é bem melhor!
    Ótima resenha, valeu demais!
    Grande abraço,
    Drica.

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  2. Olá!
    Nunca li nada do autor. Não me chamou a atenção ainda, apesar de já ter lido bons livros YA, como em algum lugar nas estrelas.
    Sair da zona de conforto às vezes é bom, mas nem sempre dá muito certo, né? Rs
    Abraços!!

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  3. Não conhecia este livro, achei muito interessante o tema abordado, principalmente, sobre o TOC, pois ler como se passa o dia a dia da pessoa com este transtorno, é entender um pouco este problema.

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  4. Oi Dani, tudo bem ?

    Desde que esse livro lançou, só tenho vistos comentários positivos e exaltando a obra, então ler sua opinião foi muito bom, pois me proporcionou outra visão da obra. Eu já li as outras obras do autor na minha adolescência e no geral, foram obras que gostei. Essa tem uma premissa e um assunto mais importante, então quero ler e ver como funciona para mim.

    Beijos!

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  5. Ainda não li esse livro mas achei muito interessante a escolha da abordagem do TOC. É importante porque assim muitos leitores podem compreender melhor esse transtorno, entendo que pela sua experiência pessoal nesse aspecto o livro deixou um pouco a desejar, mas de qualquer forma acho louvável levantar o foco sobre essa questão.

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  6. Olá Dani.
    Eu ainda não conhecia o livro porém ao ler a resenha ja fiquei com uma vontade de conferi-lo na integra.
    Ja esta na minha lista..Obrigado pela dica.
    www.robsondemorais.blogspot.com.br

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  7. Olá! Eu não consigo sentir vontade em ler algum livro do John Green, nada que me falem sobre a narrativa ou histórias que ele escreve me fazem sentir curiosidade em realmente ler algo de sua autoria..
    Vi muitos elogios sobre esse livro mas também algumas criticas, uma pena que você não conseguiu se envolver com os personagens, é muito chato quando isso acontece pois não conseguimos aproveitar a leitura toda.

    Gostei bastante da sua resenha e da sinceridade que trouxe nela!

    Beijos,
    Conta-se um Livro

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  8. Oi Dani. Eu sou suspeita, pq gosto mt do John. Ainda que meu livro preferido dele, não seja o mesmo da maioria rs.
    Eu gosto muito desse livro, mais pela história por tras dele. Não sei se você sabe, mas o John meio que se escreveu. Ele tem TOC e vários ataques de ansiedade, que inclusive o fizeram parar de escrever por anos, mas conseguiu superar. A Aza não é uma personagem mt fácil, até porque ele esta mt presa dentro de si. Me compadei mt, principalmente, quando ela fala que não é fácil conviver assim, presa. Enfim... é mt bom ver uma resenha com pontos diferentes da sua, para avaliar outros ângulos. Parabéns. Beijos
    https://almde50tons.wordpress.com

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  9. Confesso que não conhecia o livro e adorei o tema dele e conhecer um pouco mais, parece muito interessante e a tua explicação é bastante detalhada e esclarecedora. Fiquei curiosa!

    www.keke.pt

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  10. Nunca li nada do autor e nem tenho vontade, quando o autor vira modinha fico com um pé atras. Você não é a primeira que não gostou da escrita, tem muitas blogueiras literarias que praticamente usou suas palavras para descrever a leitura.

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  11. Olá Dani, a primeira vez que vejo deste autor, achei muito interessante a maneira tão pessoal de expressar mostranto particularidade de cada pessoa.

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  12. Nunca li John Green, mas já me falaram que ele tem uma escrita bem característica - leve e fluída apesar dos temas por vezes mais pesados que ele trata. Particularmente, eu já passei da época do drama adolescente, mas tenho uma grande curiosidade de ler algo do autor. Vou dar uma pensada melhor nesse livro - quem sabe, né?

    Beijos
    www.degradeinvisivel.com.br

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