segunda-feira, dezembro 19

(Resenha) #27 Nosferatu

Título: Nosferatu
Autor: Joe Hill
Gênero: Terror, Suspence
Desafio #27 Livro que se passa no Natal


Olá pessoal, prontos para o feriadão, adoro essa época do ano, mesmo não tendo uma religião, ou trocando presentes, eu aproveito demais, e como certas pessoas, eu acharia adorável se o Natal fosse todos os dias.
Havia mais três pacientes em coma naquela enfermaria e os funcionários os chamavam de SDS, “só Deus sabe”. Quem passava tempo suficiente com um SDS acabava aprendendo que cada um tinha as suas pequenas manias. Don Henry, o tal que havia tocado fogo na namorada e nos filhos dela, de vez em quando fazia “caminhadas”. Não se levantava, é claro, mas seus pés se punham a pedalar devagarinho sob as cobertas. Havia um sujeito chamado Leonard Potts que entrara em coma cinco anos antes e que nunca mais sairia desse estado – outro detento tinha enfiado em seu crânio uma chave de fenda que lhe perfurara o cérebro. Às vezes, porém, ele pigarreava e gritava “Eu sei!” como se fosse uma criança pequena querendo responder à pergunta da professora. Talvez abrir os olhos fosse a mania de Manx e simplesmente Ellen nunca o tivesse visto fazer isso
 O livro já começa quente, com uma enfermeira refletindo sobre o presente que dará ao filho no Natal, enquanto cuidava do 'Recanto dos Vegetais' na penitenciaria onde trabalhava, e quando mexia na sonda intra-venosa de um dos detentos em coma acorda depois de no minimo 3 anos, e pior acorda dizendo isso: 
– O seu filho, Josiah... – começou Manx, com uma voz áspera. – Tem um lugar para ele lá na Terra do Natal junto com as outras crianças. Eu poderia dar a ele uma nova vida. Poderia dar a ele um lindo sorriso novo. E lindos dentes novinhos em folha.
Como assim?!? Como esse cara sabe o nome do filho da enfermeira? O que seria essa Terra do Natal? E a Terra do Sono, que estaria reservada a própria enfermeira? Homem da Mascara de Gás? Espectro? O God tantas perguntas e ainda estamos no Prólogo.

Logo após voltamos no tempo, las pelos anos 1980, onde conhecemos Vic, ou Pirralha como se refere a si própria, que aos 8 anos já percebe que sua família tem problemas, e, depois de uma séria discussão entre os pais por causa de uma pulseira perdida Vic, a Pirralha, sai correndo de casa pega a bicicleta decidida a atravessar um limite, A Ponte do Atalho, uma velha e perigosa ponte que fica nos bosques atras de sua cada, assim que ela atravessa algo estranho acontece, ao invés das colinas que ela vê do outro lado da ponte, ela foi parar em um beco atras de uma lanchonete. 
– Bom – começou Vic, sentindo uma pontada de irritação –, sim, enfim, isso eu sei, mas,
tipo... aqui onde?
– Aqui, Iowa. O nome da cidade é Aqui. Você está bem perto da estrada que vem da bela
Cedar Rapids, ao lado da Biblioteca Pública de Aqui. E eu sei exatamente por que você veio. Está confusa em relação à sua ponte, buscando entender as coisas. Puxa, hoje é mesmo o seu dia de sorte! – Ela bateu as mãos. – Você achou uma bibliotecária! Eu posso ajudar a explicar o que você quer saber e aproveitar para recomendar uns bons poemas. Esse é o meu trabalho.
Sabe o mais interessante? Ela estava justamente pensando nesse lugar e na pulseira da mãe quando atravessou a ponte. E olha só! Não é que a pulseira estava ali mesmo, esperando por ela. A Pirralha pega a pulseira e volta para casa, mesmo com uma experiencia tão extraordinária, nem tudo é flores, sua cabeça sempre fica a ponto de explodir, a febre toma conta de seu corpo, mas, mesmo assim, ao longo dos anos, sempre que Vic precisa encontrar algo, O Atalho aparece para ela.

Mais para frente conhecemos Bing, um homem com uma mente claramente infantil, ele teve uma infância difícil, com um pai violento e uma mãe que nunca o defendeu, hoje, depois de muitas tragédias, ele trabalha limpando a cidade, mas seu sonho é ir trabalhar na Terra do Natal, para isso ele escreve para os anúncios em velhas revistas, até ele não acredita muito em um contato, já que as revistas são muito velhas, mas num belo (nem tão belo) ele recebe uma visita.
– Existem dois mundos – explicou Maggie, falando distraidamente enquanto estudava as letras. – O mundo real, com os seus fatos e regras irritantes, onde as coisas são ou não verdadeiras, em geral é um saco. Mas as pessoas t-t-também vivem no mundo dentro da própria cabeça. Uma paisagem interior, um mundo de pensamento. Nele, as ideias são fatos. As emoções são como a lei da gravidade. Os sonhos, como a História. As pessoas criativas... escritores, por exemplo... passam grande parte do t-t-tempo nos seus próprios mundos de pensamento. Os muito criativos, porém, são capazes de usar uma faca para abrir a costura entre os dois mundos, para juntá-los. A sua bicicleta, as minhas peças... Elas são as nossas facas.  
Então vamos seguindo esses dois personagens ao longo dos anos até chegar o momento do começo do livro, e passando por ele. Bing passa a ajudar Charles Manx, o nosso vilão, sempre com a promessa de que irá para a Terra do Natal ao fim da missão. Já Vic cresce vendo sua família, vida e sanidade desmoronar, principalmente após os eventos de quando tinha 17 anos. Mesmo assim ela decide ter sua própria família, e é por ela que lutará até o final.
Ela deu um passinho miúdo, depois outro, e avançou em direção à garagem como se rumasse para um precipício. No terceiro passo, virou a cabeça para se certificar de que a ponte continuava ali e de que poderia entrar nela depressa caso precisasse. Podia.  
Gente, e não é que Joe herdou do pai o dom de nos fazer roer as unhas, nossaaaa! Amei a escrita dele, super dinâmica, mesmo nos momentos de calmaria, a tensão está sempre presente, também amei a 'mitologia' que ele criou, os mundos imaginários, todos conectados, a Ponte da Vic, a Terra do Natal, os veículos e objetos que ajudam as pessoas alcançarem esses mundo, inclusive ele cita alguns mundos que estão em outro livro de sua autora Estrada da Noite, e também o mundo de Pennywise, o palhaço de It, acho que até mesmo Narnia podia estar por aí no Mapa da Mente inglês. 

Também amei os personagens, especialmente nosso vilão Manx, ele me dá calafrios, sabe aquela figura que não inspira confiança assim que a vemos, mas ao mesmo tempo nos deixa curioso, eu meio que o imaginava tipo o disfarce de Bruxa Má ao a maça para a Branca de Neve. Gostei muito também de Buce Wayne Carmody (adorei o nome) e sua luta para se manter são. As crianças da Terra do Natal são bem assustadoras. Mas minha personagem preferida foi a Maggie, adorei o jeito maluquinha dela, e seu ar sabio, é um tipo de personagem que gosto muito.
Wayne não soube dizer para que o bicho estava olhando. Quem poderia saber o que os cachorros viam? O que significavam para eles as formas na bruma? Que estranhos e supersticiosos pensamentos os acometiam? Tinha certeza de que os cães eram tão supersticiosos quanto os seres humanos. Talvez até mais.
Agora sobre o Natal, já que era esse o Desafio. Bom o Natal só aparece em uma parte do livro, maioria das vezes, e uma bela parte do livro acontece em Julho entre os dias 6 e 9, (eu gostei bastante, já que dia 7 é meu Dia) estamos em partes diferentes do ano. Só que o Natal está presente em toda parte do livro, sendo citados, sempre que Manx o Bing está sendo seguido, temos músicas natalinas sendo citadas, (para aqueles que gostam de altas imersões, seria legal colocar as músicas para tocar), e também temos descrições muito vividas da Terra do Natal. Então mesmo não tendo O Natal, temos muito Natal no livro, o que nos ajuda a notar a mensagem de que o Natal pode ser todos os dias.
No entanto, à medida que o Espectro avançava, os lampiões a gás dos postes se acendiam e chamas azuis ganhavam vida dentro das cúpulas cobertas de gelo. Lamparinas a óleo luziram vida nas janelas das lojas para iluminar vitrines elaboradas. Vic passou por uma loja de doces chamada Le Chocolatier, cuja vitrine exibia trenós, renas e uma imensa mosca, todos de chocolate, além de um bebê de chocolate com a cabeça de um bode. Passou por outra loja chamada Punch & Judy cheia de marionetes de madeira penduradas na vitrine. Uma menina com vestido azul de pastora cobria o rosto com as mãos de madeira e sua boca aberta formava um perfeito “O” de surpresa. Um menino de calça curta segurava um machado com manchas vivas de sangue. Aos seus pés jazia uma série de cabeças e braços de madeira
Também acho que o Natal podia ser todos os dias, mas aquele Natal de Paz e Solidariedade que a propaganda nos prega, e não de Consumo e Hipocrisia que é o que vemos, já que as pessoas são hipócritas de fazem o 'bem sem olhar a quem' nessa época, por que não podem fazer sempre, todos os dias, só porque é Natal, então que seja Natal todos os Dias. Mas tem uma coisa que só o Natal no Natal me proporciona, adoro ver a cidade iluminada, a casa enfeitada, gosto da expectativa de esperar as festas, de agradecer pelas coisas boas do ciclo anual que se encerrou, e planejar o ano que virá, é algo que me faz feliz. 

Isso é independente de religião, sou Atéia, ou de receber presentes, aprendi desde muiiito cedo que quem me dá presentes é minha mãe, e que isso é caro, então aprendi que o Natal é mais que isso. Natal é um estado de espirito, e eu quero muito que o Natal sobreviva.

– Eu devia estar pensando em alguma coisa divertida.– Divertida ou boa? – perguntou Lou, observando o filho com seus olhos curiosos, perscrutadores e brilhantes. – Porque nem sempre é a mesma coisa
Bom gente, me desculpem por ter falado tanto, acho que posso até ter falado mais do que devia, então já deu para reparar que o Livro é incrivel, já quelo ler tudo do Joe, indico para todos que amam fantasia, aventura ação, perseguição de carro, serial killer, histórias emocionante de pais e filhos, e porque não Terror, esse livro é para vocês.

PS: Vou usar o Cemitério do Talvez em alguma história minha.

11 comentários:

  1. Do autor eu só li Amaldiçoado, tenho Nosferatu na estante há um bom tempo e fico sempre namorando ele. Quando li Almaldiçoado, também notei que ele vai na mesma linha do pai... eu até disse: tal pai, tal filho e filho de peixe, peixinho é. Obviamente cada um leva o enredo de uma forma diferente, mas dá pra notar que o talento é genético ali... kkkkkkkk... sou fã dos dois, mas com certeza o King ainda é o rei pra mim - olha o trocadilho... rs -

    Raissa Nantes

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  2. Ola ainda não li nada do autor, a não ser elogios a sua escrita e o dom que herdou de seu pai, gostei da temática do livro e como os personagens se cruzam, pelo visto a escrita deixa o leitor ansioso e tenso o que vem a ser o propósito do livro. Dica anotada. abraços

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  3. Oi, Dani.
    Tenho esse livro na estante há muito tempo, mas nunca consigo dar uma chance para ele.
    Fiquei curiosa agora, depois de ver a sua empolgação!
    E mesmo que só haja Natal em duas histórias, acho que está cumprido o seu desafio!! rs...
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  4. Terror eu já pulo fora rsrs, pq sou medrosa. Mas pra quem curte o gênero deve ser uma ótima leitura, deu pra ver pela sua empolgação. E quando a gente tá muito empolgada a gente escreve e escreve rs... livro bom faz isso com a gente. Bjo

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  5. Oiii Daniele, tudo bem menina?
    Eu só tive oportunidade de ler um livro do Joe e me apaixonei pela sua escrita, esse que você trouxe a resenha está na minha lista a algum tempo, mas prevejo a leitura dele só em 2018 hahaha parabéns pela resenha.
    Beijinhos da Morgs

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  6. Oiii!!

    Eu participei de um evento literário há algum tempinho e eles falaram muito bem desse livro! Eu não sabia que ele se passava no natal e isso me deixou animada. Mesmo não sendo meu estilo favorito, fiquei animada com a leitura.

    Beijinhos

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  7. Ainda não li nada do autor, mas sendo o filho. De quem é, tenho uma noção de como sua escrita deve ser, toda tensão bem escrita só melhora a experiência com a leitura e o envolvimento com a história. Fiquei curiosa sobre essa mitologia. Espero conferir em breve.
    Bjim!
    Tammy

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  8. Heey, tudo bom?? Adorei sua resenha e você só conseguiu me deixar mais empolgada e curiosa com esse livro tão diferentão. Eu já li uma obra do autor, A Estrada da Noite, e amei. Quero ler tudo dele e agora Nosferatu encabeça a lista.
    Beijos!

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  9. Oi, Daniele! Não é meu estilo de leitura, mas que bom que você curtiu cada momento. A resenha ficou ótima. Parabéns!

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  10. Olá!

    Não tem problema a resenha ser grande, é assim mesmo quando a gente se empolga! Só conhecia o livro de nome, não sabia do que se tratava, mas acho que arriscaria sim a leitura, não tenho medo de livros de terror, então, vou deixar na minha lista para uma leitura futura.

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  11. OOi!
    Não curto terror, nenhum pouco. kkkk Morro de medo! Mas parece que esse livro não é só isso, há a fantasia e aventura que amoooo! Acho que se tivesse a oportunidade eu arriscaria pois gostei da premissa do livro. :)

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